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“Passos Coelho gabou-se de ter conseguido reduzir a quota de refugiados”

Catarina Martins defendeu que “os refugiados têm de ser recebidos” e a criação de "um corredor humanitário na Europa". Bloco promoveu esta quarta-feira, em Lisboa, iniciativa para alertar para os problemas de acessibilidade em espaço público para pessoas com deficiência.
Jorge Falcato, Mariana Mortágua, Catarina Martins e Pedro Filipe Soares. Fotografia de Catarina Oliveira.

"Portugal tem tido uma postura vergonhosa. Não recebemos nenhum refugiado da quota de 2014, que era só de 45, e Passos Coelho gabou-se de ter conseguido reduzir a quota de refugiados para 2015, de 2.000 que nos propunham para 1.500. Devo dizer que Angela Merkel tem-se portado bastante melhor que Passos Coelho. Ele que gosta tanto de seguir o Governo alemão, esta era uma boa altura", afirmou Catarina Martins, em Lisboa.

A porta-voz bloquista falou aos jornalistas durante uma iniciativa que visou chamar a atenção para os problemas de acessibilidade em espaço público para pessoas com deficiência.

Ao exemplificar as dificuldades em atravessar uma rua, em plena avenida de Roma, o quinto candidato do Bloco por Lisboa caiu da cadeira de rodas, do passeio para o asfalto, quando tentou fazê-lo de costas para facilitar a manobra. Jorge Falcato foi ajudado a reerguer-se e a queda não teve consequências físicas.

Catarina Martins desejou a eleição do quinto nome bloquista em Lisboa até para mudar as acessibilidades no próprio hemiciclo, cujas bancadas não estão preparadas para pessoas em cadeira de rodas, depois de vários elementos da comitiva terem colado cartazes contra a discriminação em estabelecimentos comerciais também sem acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

Ainda sobre o movimento de refugiados, a dirigente bloquista condenou a "hipocrisia da Europa", que continua a "vender armas" e a "comprar petróleo" em territórios controlados pelo autodenominado movimento terrorista Estado Islâmico.

"A Alemanha, nesta matéria, está a ter uma posição bastante mais ponderada e acertada do que outros países da Europa, nomeadamente o Governo português. Por uma vez na vida, Passos Coelho devia ouvir Angela Merkel", vincou, defendendo que "os refugiados têm de ser recebidos" e a criação de "um corredor humanitário na Europa".

Segundo Catarina Martins é inaceitável "um regime protofascista no centro da Europa, como a Hungria, que está a cercar pessoas com redes".

“Fosun comprou Fidelidade com o dinheiro da própria Fidelidade”

Catarina Martins afirmou esta quarta-feira que o potencial comprador chinês do Novo Banco, a chinesa Fosun, "é um susto”.

"A Fosun é um susto porque comprou a Fidelidade com o dinheiro da própria Fidelidade. Deu mil milhões de euros e depois foi lá buscá-los para pagar o negócio que já tinha feito. Ter quem já fez este esquema com a Fidelidade a fazer o mesmo com o Novo Banco não é certamente bom para o país."

Questionada pelos jornalistas sobre as declarações do ministro da Economia, Pires de Lima, e sobre os alertas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental em relação ao risco de incumprimento da meta estabelecida para o défice (2,7%). Catarina Martins criticou a postura do executivo da maioria.

"O Governo não fez nada para evitar isto, nem no passado nem agora porque, depois de tudo o que aconteceu, recusou-se a alterar toda a legislação que prevenia perdas futuras."

Segundo a porta-voz bloquista, "o ministro da Economia tem uma certa piada, às vezes, a falar. Pires de Lima afirmou que as coisas também têm de se fazer bem-feitas", mostrando-se confiante "na capacidade do senhor governador e no Banco de Portugal para conduzirem este processo de forma competente e diligente".

"Lembro que nos têm dito sempre que não há riscos para os contribuintes no Novo Banco, agora até o Governo já reconhece que há. Não sei onde o ministro anda com a cabeça. Talvez fosse bom que olhasse para o país, mas quem nunca teve essa capacidade, não é agora em final de mandato que a vai ter", sugeriu. 

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