"Passos Coelho é instrumento do lóbi privado na Saúde"

23 de agosto 2010 - 15:13

O fundador de Serviço Nacional de Saúde não poupa críticas à proposta de revisão constitucional do PSD. António Arnaut considera-a "um regresso ao Estado Novo" no que toca ao capítulo da Saúde.

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"Há grandes interesses envolvidos no sector da Saúde, que representa um terço do Orçamento do Estado", diz António Arnaut sobre a proposta de Passos Coelho. Foto José Goulão

António Arnaut, que apresentou um manifesto em defesa do SNS com outras personalidades da área socialista, afirmou à agência Lusa que Passos Coelho “é um instrumento dos interesses que estão por trás dele. Há grandes interesses envolvidos no sector da Saúde, que representa um terço do Orçamento do Estado, mais de nove mil milhões de euros por parte do Estado, é um sector apetecível para os negócios. Simplesmente a saúde não é um negócio”, declarou o antigo ministro da Saúde considerado o "pai do SNS".



“O que o senhor doutor Passos Coelho quer é regressar a um modelo salazarento de que as pessoas são tratadas diferentemente na saúde conforme a sua situação económica”, acrescentou António Arnaut.



“Se a proposta de revisão constitucional do PSD fosse aprovada, o SNS acabaria como serviço geral, universal e gratuito (…) Isso levaria que quem tivesse que pagar uma percentagem significativa para o SNS deixaria de o fazer e faria um seguro de saúde para recorrer aos serviços privados. O objectivo não é fazer com que os ricos paguem, é fazer com que os ricos e a classe média deixem de recorrer aos serviços públicos para engrossar a clientela do sector privado”, explicou o histórico socialista.