A associação ambientalista Quercus aproveitou o Dia Mundial dos Oceanos para alertar para o o agravamento da poluição marinha com a pandemia de covid-19, em particular o descarte de objetos de proteção individual, nomeadamente máscaras e luvas.
Para assinalar a data, a associação divulgou um comunicado onde menciona os vários perigos que os oceanos enfrentam. No topo destes está a poluição causada pelos plásticos, algo que a Quercus e outras associações ambientalistas temem que possa aumentar com a generalização do uso de equipamento de proteção individual e o seu descarte.
“Se por um lado a pandemia de covid-19 demonstrou ao mundo que quando algumas atividades humanas param, a saúde do nosso planeta melhora, o mesmo não podemos dizer sobre os nossos Oceanos”, é referido no comunicado citado pela agência Lusa.
A “falta de civismo e educação agravou de forma visível a poluição marinha, com o descarte de objetos de proteção individual nas ruas que acabam por ter como destino final o fundo dos mares e oceanos”, dizem os ambientalistas.
É imperativo que quando as pessoas pensam em descartar algo fora, compreendam que “esse fora não existe”, alerta a Quercus: “tudo o que descartamos acaba por, de algum modo, prejudicar o ambiente”, refere-se no comunicado.
Sendo a ameaça mais falada, a poluição causada por plásticos não é, contudo, o único desafio à conservação dos oceanos. Sobre isso, a Quercus referiu a construção de empreendimentos turísticos na extensão dunar da Herdade da Comporta, com início previsto para setembro deste ano, e a retoma das dragagens no Sado.
“Ambos os projetos trazem apenas benefícios económicos sem consideração pelos impactes que terão nos ecossistemas e avançam apesar das inúmeras manifestações de indignação por parte da sociedade civil e população”, sublinha a associação.
Por isso mesmo, a Quercus lamenta que “mais uma vez se permita que interesses económicos se sobreponham ao interesse da conservação da natureza e de ecossistemas importantes”.