No domingo passado, crianças palestinanas protestaram contra as cerca de 350 prisões de crianças por parte de Israel. A manifestação foi organizada pelo grupo Human Rights Defenders e os moradores palestinianos da Rua Shuhada, em Hebron, no lado ocupado por Israel.
A manifestação, que se realizou em Hebron, foi feita em prol de três crianças em particular: Razan Abu Sal, condenada a 13 anos e meio de cadeia e uma multa de 870 dólares, ou 3000 NIS; Shadi Farrah, de 12 anos, presa há dois anos, ainda com um ano de pena por cumprir; Ahed Tamimi, 17 anos, detida com 16, sob acusação de agressão a um a soldado israelita.
A prisão de Ahed provocou um movimento amplo de solidariedade e de manifestações contra Israel.
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Badee Dwaik e Arif Jabor, do Human Rights Defenders, organizaram a manifestação numa das áreas mais conflituosas de Hebron, o bairro Tel Rumeida, onde os palestinianos experienciam sistematicamente violência por parte dos ocupantes.
Badee Dwaik disse que a manifestação marca o início da campanha anual “Dismantle the Ghetto”, um esforço para publicitar e protestar contra os horrores da vida sob a ocupação ilegal na cidade de Hebron. Assim, esta campanha é uma chamada de atenção para o que se tem passado.
Na manifestação, as crianças levaram pancartas a protestar contra a ocupação, sobre os abusos e as indignidades promovidas pelos soldados israelitas, sobre a fúria contra Israel e os países ocidentais que apoiam o racismo, o apartheid, a ocupação e o colonialismo sobre a Palestina, sob a palavra de ordem “todas as crianças merecem uma infância”. Foi ainda pedida proteção à comunidade internacional e pediu-se que a lei internacional se fizesse cumprir. Recorde-se que Israel é o unico país do mundo que mantém um regime de apartheid.
No decorrer da manifestação, os ocupantes aproximaram-se do grupo de manifestantes e atacaram dois jornalistas palestinianos, Du'aan Yahya al-Atrash, do Ma'an television, e Zidan al-Sharbat. Anat Cohen, conhecido por bater e berrar com ativistas, foi filmado a bater a Du'aan Yahya. Outro, Ofer Hassan, também conhecido pela sua violência, atacou Arif Jabar, do Human Rights Defenders. Hassan tentou ainda impedir um palestiniano de filmar o protesto de dentro de sua casa, enquanto este dizia “Estou na minha casa. Sai daqui!” No final, os soldados israelitas impediram as crianças de voltar logo para casa.
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Em janeiro, num protesto feito contra o reconhecimento por parte dos EUA de Jerusalém como capital de Israeel, soldados israelitas já tinham assassinado duas crianças palestinianas e ferido outras três na fronteira entre Gaza e Cisjordânia. Assim, numa manifestação organizada na fronteira leste do Campo de Refugiados de Al-Beric, Emir Abdulhamin Ebu Musald foi baleada e torturada. Na aldeia Iral Burin, na cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia, aconteceu o mesmo a outra criança.
Há uns dias, soube-se ainda que uma criança palestiniana de 14 anos, epilética, tinha sido deportada da Cisjordânia para a faixa de Gaza no início do mês, sem que os pais soubessem, e sem que alguma vez ela tivesse estado em Gaza.
Ghada, nascida em Ramallah, onde viveu quase toda a vida, foi presa por oficiais israelitas no dia 13 de janeiro por estar em Jerusalém sem permissão militar. Estava a voltar para casa em Al-Ram, a nordeste de Jerusalém, onde vive com a mãe e os irmãos, da casa da tia, em Jerusalém Leste, bairro de Issawiya. O pai, originário da Faixa de Gaza, vive neste momento na Cisjordânia. Quando Ghada nasceu, as autoridades israelitas listaram o seu endereço como pertencente a Gaza, por motivos desconhecidos.
Recorde-se que Israel tem violado a lei internacional várias vezes, contando frequentemente com o repúdio da União Europeia e da Amnistia Internacional.
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