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Pablo Milanés (1943-2022)

Faleceu esta segunda-feira em Madrid o cantautor que foi uma das referências da Nueva Trova Cubana e dos artistas cubanos mais consagrados internacionalmente.
Concero em Valparaiso em abril de 2018. Foto Arturo LedeZma/Flicr

Aos 79 anos de idade, faleceu na madrugada de terça-feira o cantor e compositor cubano Pablo Milanés. Estava internado desde a semana passada em Madrid, onde vivia desde 2017, por causa “de uma doença hemato-oncológica” que se agravou nos últimos meses, revelou a sua agência.

Na sua mensagem de condolências, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel disse que ele era a "voz inseparável da banda sonora da nossa geração". Nos seus mais de 40 discos, deu a conhecer êxitos que cruzaram fronteiras, como Yolanda, El breve espacio en que no estás, Cuba Va, Amo esta Isla, Comienzo y final de una verde mañana ou Yo no te pido.

Pablo Milanés - El Breve Espacio en Que No Estás

Milanés estou música no Conservatório Municipal de Havana e gravou o seu primeiro disco, "Mis 22 años" em 1965. Fundou o movimento da Nueva Trova Cubana a partir do Grupo de Experimentação Sonora do Instituto Cubano de Artes, Investigação e Ciência, juntamente com Silvio Rodriguez ou Noel Nicola, com quem passou duas semanas em Santiago do Chile em 1972 em concertos com artistas da Nova Canção Chilena. Ao longo da carreira, teve inúmeras colaborações com músicos de outras nacionalidades, ajudando a impulsionar a dimensão universal da sua música e a projeção da sua voz inconfundível.

Pablo Milanés - Yolanda (En Vivo Desde La Habana, Cuba)

Defensor da revolução cubana, Pablo Milanés foi também um dos seus críticos mais relevantes nos meios culturais do país. Em setembro, subscreveu um apelo de artistas e intelectuais para que haja mudanças "dentro de um espírito de soberania, inclusão e respeito pelo ser humano, pela sua dignidade e aspirações mais básicas".

Milanés dizia também que os seus melhores concertos, "os mais abertos e espontâneos, são com o público da minha ilha". E Cuba pôde despedir-se em junho passado, com Milanés a chegar ao palco em cadeira de rodas no Coliseu da Cidade Desportiva, onde o concerto acabou por se realizar depois dos protestos dos fãs, ao verem esgotar-se num ápice os bilhetes para o Teatro Nacional, com capacidade quatro vezes inferior.

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