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ONU confirma 45 mortes no pior naufrágio de migrantes no Mediterrâneo em 2020

Até ao momento, perderam a vida este ano pelo menos 302 pessoas na tentativa de atravessar o Mediterrâneo. Desde 2014 foram 20.000. A ONU pede que se revejam as políticas de resgate em vigor.
Barco com migrantes no Mediterrâneo. 2015. International Federation of Red Cross and Red Crescent/Flickr.
Barco com migrantes no Mediterrâneo. 2015. International Federation of Red Cross and Red Crescent/Flickr.

Na passada quarta-feira, duas agências da ONU, a Organização Internacional para a Migração e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, fizeram um comunicado conjunto informando que do naufrágio ocorrido na segunda-feira na costa de Zwara, Líbia, tinham resultado 45 vítimas mortais, cinco das quais crianças.

37 pessoas foram ainda salvas por pescadores locais e conseguiram sobreviver ao acidente causado pela explosão do motor. As agências da ONU esclarecem que os sobreviventes eram do Senegal, do Mali, do Chade e do Gana.

Face à tragédia, estes organismos pedem aos vários países que revejam os seus esforços de resgate e que parem de impedir o trabalho das Organizações Não-Governamentais que resgatam migrantes no Mediterrâneo. Criticam os Estados pelos “recentes atrasos” que se estão a verificar e “as falhas na assistência” que são “inaceitáveis e põem vidas em risco”.

Outra das suas preocupações é que os governos europeus estão a enviar de volta os refugiados para a Líbia, um país que está em plena guerra e onde estas pessoas ficam “em risco devido ao conflito, a violações graves dos direitos humanos e detenções arbitrárias pós-desembarque.”

As agências da ONU manifestam-se contra a desresponsabilização das operações de resgate, dizendo que “qualquer assistência e responsabilidades atribuídas a entidades de busca e salvamento líbias devem ser condicionadas à não detenção arbitrária, maus tratos ou sujeição a violações dos direitos humanos pós-desembarque”.

Este ano, 302 pessoas morreram a tentar a travessia do Mediterrâneo, segundo dados da OIM. No total, desde 2014, a mesma entidade contabiliza 20.000 mortes.

 

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