OCDE: Chumbar alunos é principal fator de risco para maus desempenhos

11 de fevereiro 2016 - 10:52

56,1% dos alunos portugueses com 15 anos que apresentaram piores resultados a Matemática nos testes PISA já tinham chumbado. Retenção dos alunos em Portugal é das mais elevadas da OCDE. Ministério da Educação compromete-se a reduzir chumbos.

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Foto de Paulete Matos.

O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta quarta-feira, incide sobre os desempenhos dos alunos que nos testes PISA (Programme for International Student Assessment) de 2012 foram avaliados abaixo do nível 2, que representa o nível básico de proficiência.

Há três anos, em média, perto de 28% dos jovens com 15 anos ficaram abaixo do nível 2 em pelo menos um dos três domínios avaliados pelo PISA: Ciências, Leitura e literacia em Matemática, sendo que 11,6% encontravam-se nesta situação em todos os domínios. Em Portugal, a percentagem sobe para 12,6%.

Tendo em conta os países sob análise, Portugal encontra-se entre os primeiros dez países com maior percentagem de estudantes (34,3%) que chumbaram pelo menos um ano. A retenção é apontada, por outro lado, como o principal fator de risco no que respeita à probabilidade de os alunos portugueses virem a ter maus desempenhos.

56,1% dos alunos portugueses com 15 anos que apresentaram piores resultados a Matemática já tinham sido retidos. Na OCDE a média é de 54,4%.

Alertando que os maus resultados escolares têm consequências a longo prazo tanto para os jovens como para a sociedade, pondo em causa o crescimento económico, a OCDE destaca que a Educação deve ser uma prioridade e que é imperativo garantir uma distribuição equitativa dos recursos por forma a garantir que todas as crianças tenham sucesso na escola.

Ministério da Educação compromete-se a reduzir chumbos

Questionado pelo jornal Público sobre o relatório da OCDE, o Ministério da Educação comprometeu-se a rever a política de retenção de alunos.

“No que diz respeito ao PISA, há dois diagnósticos que sabemos que são centrais nas políticas educativas e que não só acolhemos como nos propomos enfrentar decisivamente no decorrer da legislatura: a promoção do sucesso escolar (como instrumento de redução drástica das ainda demasiado elevadas taxas de retenção) e a equidade no sistema educativo”, referiu.