As trabalhadoras da fábrica Costa Curta, em Boim, Lousada, entraram em greve na sexta-feira. As da Zenaide, em Oldrões, Penafiel, tinham-no feito na passada segunda-feira. Liga-as o mesmo patrão e a mesma situação: têm salários em atraso.
Às trabalhadoras da têxtil Costa Curta está em atraso o salário de janeiro, vários dias de fevereiro, duodécimos dos subsídios de Natal de férias, de outubro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Ao Jornal de Notícias, Marina Silva, uma das 55 trabalhadoras, explica que o patrão entrou na empresa em dezembro e “apresentou-se a nós nessa altura. Disse que íamos fazer uma formação enquanto não houvesse encomendas, que não nos preocupássemos que não faltava dinheiro na empresa e que, se fosse preciso investir 400 mil euros na empresa, investia, mas só queria que trabalhássemos”.
As trabalhadoras denunciam que nada disso foi cumprido. Foram enviadas para casa a 29 de janeiro, alegadamente por falta de trabalho, depois chamadas a retomar o trabalho a 19 do mês passado. Foi então prometida a regularização dos salários por pagar que nunca chegou a acontecer e as trabalhadoras acabaram por pedir suspensão do trabalho.
Antes de se saber da sua situação, tinha sido divulgada na imprensa a de outra têxtil do mesmo patrão, Zenaide com 86 trabalhadoras.
À SIC Notícias, Maria Alzira Carvalho culpa em primeiro lugar a gestão do antigo patrão. “Depois chegou outro patrão, que comprou uma quota da empresa, mas não apareceu para resolver a situação. Estão a dever salários e ele nem aparece na fábrica, nem dá a cara para resolver a situação”, critica.
Em falta está o subsídio de natal de 2023, o de férias de 2024 e o de natal do mesmo ano e o de janeiro e fevereiro.
As trabalhadoras afirmam não estar “dispostas a vir trabalhar sem receber” e decidiram suspender também o contrato de trabalho.