Lousada e Penafiel

O mesmo patrão tem salários em atraso em duas fábricas

10 de março 2025 - 11:03

Trabalhadoras da Costa Curta e da Zenaida estão em processos de luta para que lhes sejam pagos os salários que têm em atraso e já suspenderam contratos. Em ambos os casos, o novo patrão assumiu a fábrica recentemente e fez promessas que não cumpriu, denunciam.

PARTILHAR
Costa Curta, uma das fábricas com salários em atraso.
Costa Curta, uma das fábricas com salários em atraso. Foto do Facebook da empresa.

As trabalhadoras da fábrica Costa Curta, em Boim, Lousada, entraram em greve na sexta-feira. As da Zenaide, em Oldrões, Penafiel, tinham-no feito na passada segunda-feira. Liga-as o mesmo patrão e a mesma situação: têm salários em atraso.

Às trabalhadoras da têxtil Costa Curta está em atraso o salário de janeiro, vários dias de fevereiro, duodécimos dos subsídios de Natal de férias, de outubro, dezembro, janeiro e fevereiro.

Ao Jornal de Notícias, Marina Silva, uma das 55 trabalhadoras, explica que o patrão entrou na empresa em dezembro e “apresentou-se a nós nessa altura. Disse que íamos fazer uma formação enquanto não houvesse encomendas, que não nos preocupássemos que não faltava dinheiro na empresa e que, se fosse preciso investir 400 mil euros na empresa, investia, mas só queria que trabalhássemos”.

As trabalhadoras denunciam que nada disso foi cumprido. Foram enviadas para casa a 29 de janeiro, alegadamente por falta de trabalho, depois chamadas a retomar o trabalho a 19 do mês passado. Foi então prometida a regularização dos salários por pagar que nunca chegou a acontecer e as trabalhadoras acabaram por pedir suspensão do trabalho.

Antes de se saber da sua situação, tinha sido divulgada na imprensa a de outra têxtil do mesmo patrão, Zenaide com 86 trabalhadoras.

À SIC Notícias, Maria Alzira Carvalho culpa em primeiro lugar a gestão do antigo patrão. “Depois chegou outro patrão, que comprou uma quota da empresa, mas não apareceu para resolver a situação. Estão a dever salários e ele nem aparece na fábrica, nem dá a cara para resolver a situação”, critica.

Em falta está o subsídio de natal de 2023, o de férias de 2024 e o de natal do mesmo ano e o de janeiro e fevereiro.

As trabalhadoras afirmam não estar “dispostas a vir trabalhar sem receber” e decidiram suspender também o contrato de trabalho.

Termos relacionados: Sociedade