A greve dos trabalhadores dos call centers da NOS começa à meia noite do dia 1 de agosto e termina às 02 horas do dia 1 de setembro. O SINTTAV marcou três períodos de greve ao longo do dia, entre as 00 horas e as 02, entre as 07 e as 11 e entre as 14 e as 21. Estão abrangidos os trabalhadores das várias empresas que trabalham para a NOS neste serviço: Manpower, Randstad, Synchro e The Bridge (Egor) e Rhmais.
No comunicado em que justificam o recurso a esta forma de luta, os sindicalistas afirmam que as telecomunicações são “um negócio de muitos milhões” mas a vida de quem trabalha num call center, numa loja ou num BackOffice, “continua a ser de pura «exploração» com salário mínimo, sem profissão reconhecida, com horários desregulados, contratos com duração incerta e tratados como objetos descartáveis”.
Os trabalhadores afirmam que passam anos a “ganhar o mínimo para trabalho altamente qualificado” e denunciam que “para as empresas a valorização do trabalho não é tema importante porque a preocupação está sempre no lucro, não importa a qualificação das funções, a antiguidade e/ou a experiência profissional, a referência é o salário mínimo nacional”.
Acusam ainda as empresas do setor de tentar “enganar” os trabalhadores com remunerações variáveis. O critério destas é “acelerar o ritmo de trabalho e no final a dita compensação é quase sempre ZERO com o argumento de que um requisito (?) não foi cumprido”.
A prioridade reivindicativa é o “urgente aumento dos salários face ao brutal custo de vida a todos os níveis”. Só que as empresas nem responderam à carta enviada pelo SINTTAV.
Sobre a NOS, em particular, esclarecem que o lucro subiu “84,6% para 148,6 milhões até junho” mas que tal não se traduziu na remuneração dos trabalhadores nem nas condições de trabalho continuando “à cabeça do negócio enfrentando todo o tipo de dificuldades, pressões, insultos, mas, mesmo com o estado psíquico praticamente esgotado, vão aguentando o pesadelo”.
O ambiente é de “pressão constante, ameaça de despedimento, horários completamente desregulados e prejudiciais à saúde” e os trabalhadores são “obrigados a admitir insultos vindos do outro lado da linha para não serem duplamente prejudicados disciplinarmente”.