Passavam poucos minutos das 23h quando Catarina Martins anunciou a uma sala repleta de militantes bloquistas que os resultados provisórios indicavam sem margem para dúvidas que o Bloco de Esquerda continuará a levar a sua iniciativa política ao Parlamento Europeu.
Os resultados finais ditaram a eleição de oito eurodeputados para o PS (32,09%), sete para a AD (31,12%), dois para o Chega (9,79%) e para a IL (9,07%), um para o Bloco (4,25%) e para a CDU (4,12%).
Além dos agradecimentos “a todas as pessoas que confiaram em nós com o seu voto” numas eleições que considerou “muito difíceis e num momento complicado para toda a Europa”, Catarina agradeceu também aos que a antecederam na bancada da Esquerda do Parlamento Europeu - Marisa Matias, José Gusmão e Anabela Rodrigues - prometendo-lhes continuar o seu trabalho a partir desta semana.
Eleições Europeias
Conservadores, socialistas e liberais mantêm maioria, Macron convoca eleições
“O mandato do Bloco será pela paz e pelo fim do genocídio na Palestina”, prosseguiu Catarina, sublinhando que “aqui está quem nunca hesita e sabe sempre estar contra o invasor e ao lado dos povos, seja na Ucrânia ou na Palestina”. Por outro lado, reafirmou a oposição do Bloco ao Pacto das Migrações “e a vergonhosa criminalização da imigração”. Em terceiro lugar, garantiu que em Bruxelas e Estrasburgo “não aceitaremos nenhum recuo nas liberdades e direitos das mulheres nem de ninguém”.
“Cá estaremos em todas as lutas, as do clima e do salário, as da habitação e pela educação, essas lutas por uma vida boa aqui e na Europa”, concluiu.
Mariana Mortágua: “Tal como nas legislativas, o Bloco resiste”
A coordenadora do Bloco de Esquerda começou por agradecer a Catarina Martins, afirmando que “a inteligência, determinação e energia com que fez a campanha são as mesmas que levará ao Parlamento Europeu, onde nos vai representar” após esta eleição.
Mariana Mortágua cumprimentou o PS pela vitória nesta eleição e constatou a “viragem à direita” face às europeias de 2019, em que passa de sete para onze mandatos. Mas em comparação com as legislativas de março, destacou a “mudança na configuração da direita, com uma derrota da extrema-direita”, que considerou um sinal positivo desta eleição.
Quanto ao resultado do seu partido, sublinhou que “tal como nas legislativas, o Bloco resiste e garante a sua presença no Parlamento Europeu” naquela que foi uma “noite difícil para a esquerda na UE”. A tarefa que se segue, segundo Mariana Mortágua, mais do que resistir à extrema-direita, é preciso construir uma alternativa á extrema-direita”. E para essa tarefa garantiu que o está “empenhado em todas as articulações com outros partidos de esquerda e com outras forças sociais” no plano europeu.
“Na UE como em Portugal, sabem que contam com o Bloco e sabem para que é que contam: pela autodeterminação da Palestina e o fim do genocídio, para defender os direitos humanos, para combater as alterações climáticas, pelo salário, pelo tempo para viver, pelos quatro dias de trabalho, pelas cuidadoras e por todos os direitos de que nunca desistimos. Todas as lutas e todas as causas cabem neste partido”, concluiu a coordenadora do Bloco.