O governo catalão subcontratou realização de provas públicas: o resultado foi o caos

30 de abril 2023 - 16:41

Salas apinhadas de gente ao calor, atrasos de horas, suspensão de uma das provas, violação do anonimato, as primeiras provas de concurso público organizadas por uma empresa privada foram marcadas por “incompetência” e “fraude” dizem os sindicatos. A Generalitat abriu um inquérito.

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Foto IAC-CATAC/Twitter.
Foto IAC-CATAC/Twitter.

Este sábado, 13.581 trabalhadores da Generalitat catalã apresentaram-se para realizar provas de concurso para 1.825 lugares. Pela primeira vez na história, o processo tinha sido “externalizado”, ou seja subcontratado a uma empresa privada, e o resultado foi classificado como um “caos”.

As palavras são dos sindicatos e de alguns dos candidatos e são citadas pelos jornais espanhóis El Diário e Público para descrever “atrasos generalizados, má organização e a suspensão de uma das provas”, escreve o primeiro, “problemas de identificação [dos candidatos] e de calor [nas salas de aula escolhidas]” acrescenta o segundo. Ter-se-ão registado atrasados de seis horas e violações do anonimato das provas. Em salas apinhadas de gente “os candidatos podiam trocar opiniões sobre o exame até copiar”, escreve igualmente o Público.

O governo catalão reconheceu que houve acontecimentos “muito graves”, já veio pedir desculpa e anunciou uma investigação ao sucedido. Alícia Correa, secretária da Administração e Função Pública, para além do pedido de desculpas, diz que vai esperar pelos resultados do relatório de investigação mas abriu portas à repetição de provas. Também dependentes deste estão os próximos passos relativamente à empresa Cegos, que se apresenta como “líder internacional em formação e desenvolvimento, indo-se avaliar se houve “um incumprimento muito grave e negligente das cláusulas essenciais da contratação, equacionando-se “a reparação de possíveis prejuízos causados”. A responsável governamental justificou a subcontratação de uma empresa pelo “volume muito importante” de candidatos”.

Os sindicatos são unânimes na utilização da palavra caos. A CGT critica a “má gestão”. A IAC-CATAC diz que foram “os piores concursos da Generatitat da Catalunha”, realçando a “desorganização”, “fraude” e a “incompetência”.

 

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