Está aqui

O gaélico escocês poderá ser língua morta dentro de uma década

Um estudo recente mostra um declínio forte da língua que apenas continua a ser utilizada diariamente por um número pequeno de ilhéus, sobretudo idosos.
Sinalização bilingue em Inverness, Escócia. Foto de Alex Liivet, Flickr.
Sinalização bilingue em Inverness, Escócia. Foto de Alex Liivet, Flickr.

Ao contrário do ramo irlandês, o gaélico escocês está a viver uma crise profunda que pode ser terminal. O número de falantes diminuiu fortemente e aqueles que utilizam a língua para comunicar no dia a dia são cada vez menos, reduzindo-se na prática a pequenos grupos de idosos nas ilhas.

Dentro de dez anos, a língua poderá assim estar morta diz um estudo da Universidade de Highlands and Islands recentemente publicado. Segundo os estudiosos do gaélico apenas onze mil pessoas falam a língua com frequência atualmente. Um declínio a ritmo muito acelerado uma vez que, nos anos 1980, a percentagem de escoceses que conseguiam falar a língua era de 80%.

Nas ilhas Hébridas Exteriores, o último bastião do gaélico escocês, no último censo, em 2001, havia 59.6% falantes. As previsões apontam que nos censos que serão publicados no próximo ano, terão caído para à volta de 45%.

A crise é também uma crise geracional, em vinte anos, o número de falantes menores de idade decresceu em mais de três mil pessoas e o estudo registou “uma indiferença geral entre os jovens no que diz respeito ao lugar do gaélico nas suas vida. Por outro lado, em casa, mesmo nas famílias falantes, a língua franca é o inglês.

O autor principal do estudo, Conchúr Ó Giollagáin, apela a políticas mais intensivas para restaurar a língua no dia a dia: “a situação é muito grava; a comunidade falante está em declínio e quem estaria encarregado de apoiar o gaélico precisa de encarar isto. Políticas de mais do mesmo irão resultar em mais da mesma crise”.

Isto apesar de nas escolas primárias das ilhas Hébridas Exteriores o gaélico escocês ter sido adotado como a língua principal ou de na sinalização de trânsito a língua ter passado a constar também. Medidas superficiais, simbólicas, que mantêm o gaélico ostracizado na prática e as comunidades falantes da língua “marginalizadas” pensa Ó Giollagáin e que não reverterão o declínio em que esta se encontra.

Termos relacionados Cultura
(...)