O ex-primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte tomou esta terça-feira posse como secretário-geral da NATO, substituindo Jens Stoltenberg à frente da aliança militar. Ao tomar posse, Rutte falou da necessidade de “investir mais” em equipamento militar, aumentando a despesa militar, e de “fazer mais em termos de defesa e dissuasão coletiva”.
Sobre a vulnerabilidade da NATO face às eleições estadunidenses, nas quais os candidatos apresentam diferentes visões de política internacional, o novo secretário-geral gabou-se de conseguir trabalhar com qualquer um dos candidatos, elogiando Donald Trump por ter aumentado a despesa geral sobre armamento. “Foi ele que nos empurrou a gastar mais, e teve grande sucesso porque, de momento, temos um nível de investimento muito mais alto do que quando ele se tornou presidente”, disse Rutte.
Segundo avança a Reuters, os quadros políticos e militares da NATO identificam entre as principais prioridades de Rutte a manutenção da cooperação entre a Europa e os Estados Unidos da América e a angariação de um maior orçamento dos países da NATO para armamento e equipamento militar.
Mark Rutte foi primeiro-ministro dos Países Baixos pelo partido liberal entre 2010 e 2024, saído de uma carreira de gestão empresarial e de oito anos enquanto deputado. O seu mandato foi marcado por várias demissões dos seus governos, incluindo a demissão em 2021 devido a um escândalo relacionado com acusações falsas de fraude na Segurança Social a milhares de famílias neerlandesas.
Rutte demonstrou várias vezes o seu apoio por Israel desde o início do genocídio na Palestina e chegou inclusivamente a rejeitar a necessidade de um cessar-fogo permanente na destruição da faixa de Gaza.
Está em curso um plano de reestruturação e aumento das capacidades militares da aliança militar que têm por base o aumento generalizado das despesas com armamento, equipamento militar e tropas. Esse plano contempla a criação de entre 35 a 50 brigadas militares extra. É esperado que Rutte tenha um papel fundamental nessa reestruturação. O aumento de investimento também está espelhado no relatório Draghi, sobre a direção económica da União Europeia.
Apesar da NATO insistir na narrativa de que serve prioritariamente como uma aliança defensiva, a reestruturação militar e o envio de milhares de tropas para o seu flanco no leste europeu tem simbolizado uma escalada armamentista e militar depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Lembre-se que a NATO, que sublinha o seu papel de defesa, se expandiu várias vezes desde o final da guerra fria, sobretudo para o leste europeu, tendo intervindo agressivamente durante a guerra da Bósnia, no Cosovo, na invasão do Afeganistão e na Líbia.