Com esta nova modalidade de acesso ao ensino superior, os alunos que terminem o ensino profissional vão poder realizar exames regionais em três regiões do país, Estas provas específicas serão organizadas por consórcios formados por instituições de ensino superior do Norte, Centro e Sul, revelou esta segunda-feira o jornal Público, acrescentando que para além dos Politécnicos, também algumas Universidades já mostraram interesse a organizar este novo modelo de acesso.
Em declarações ao Público, Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, afirmou que “faz pouco sentido os estudantes andarem a fazer provas em todas as instituições a que querem concorrer”. Assim, cada estudante do ensino profissional poderá fazer os exames de acesso na instituição do ensino superior mais próxima da sua área de residência, podendo candidatar-se depois a três cursos naquela região.
De acordo com o Público, estão confirmados alguns consórcios. Na região Norte, junta para já os politécnicos de Bragança, Porto, Cávado e Ave e Viana do Castelo. Na região Sul, os politécnicos de Setúbal, Santarém, Portalegre e Beja, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras, e a Universidade do Algarve, que tem ensino politécnico. Na região Centro, ainda está por fechar a composição do consórcio que incluirá instituições do Ensino Politécnico de Coimbra e Leiria, estando em aberto a hipótese da participação da Universidade de Aveiro, que também oferece ensino politécnico.
A data limite para as instituições de ensino superior comunicarem ao governo a abertura destes concursos especiais e definirem os seus regulamentos é o próximo dia 18 de maio. O novo modelo de acesso vai começar já em setembro deste ano, mesmo que os alunos tenham terminado as aulas em julho. “Deve estar tudo pronto a tempo de se inscreverem no final de Setembro”, disse ao Público o secretário de Estado João Sobrinho Teixeira.
A abertura destes concursos especiais seguiu-se à divulgação de um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência., mostrando que apenas uma pequena parte dos alunos do ensino profissional prosseguem os estudos para o superior (menos de um em cada cinco). Uma das principais barreiras são os exames nacionais, cujo conteúdo é o mesmo para estudantes dos cursos gerais e que incluem matéria que nunca tinham estudado durante o seu percurso no ensino profissional.