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“No lugar do Coração o Porto tem o Bolhão”

Bloco do Porto esteve presente na reabertura do mercado e congratulou o povo da cidade e região, comprometendo-se com a defesa do Bolhão. Os mais de 20 anos de luta são, de acordo com os bloquistas, “exemplo do que é possível fazer quando se persiste”.
Foto publicada na página de Facebook de Maria Manuel Rola.

“O povo da cidade e região do Porto está de parabéns, o Bolhão é do povo e regressou ao povo”, lê-se em comunicado divulgado pelo Bloco de Esquerda do Porto.

No documento é lembrado que, desde 2002, “o destino do Bolhão parecia estar traçado: Rui Rio votava-o ao abandono e assinava a sentença de privatização em 2008”. Mas a “cidade disse não e mobilizou-se. Levantou-se pelo seu mercado de frescos contra um ‘acto de puro mercantilismo’”, refere o Bloco.

Nestes 20 anos de “lutas contra a privatização, contra o abandono, contra a desfiguração, contra a demolição”, que são “exemplo do que é possível fazer quando se persiste”, fizeram-se cordões humanos, sessões públicas, foi criada uma Plataforma de Intervenção Cívica e com ela uma petição com mais de 50.000 assinaturas que levou a ser discutida na Assembleia da República e propôs a sua classificação como Imóvel de Interesse Público. Conforme recorda o Bloco do Porto, “este último processo culmina apenas já no primeiro mandato de Rui Moreira, que na campanha eleitoral propunha que a recuperação do mercado fosse feita com recurso a privados”. Mas “a realidade da cidade impôs-se e ainda bem”.

A mobilização não se esgota aqui: “Num Porto em profunda transformação social, manter o Bolhão na sua essência, num Centro Histórico despovoado, é agora uma nova luta que se trava para lá das suas arcadas e que deve envolver toda a região, revitalizando a cidade, a produção local, o comércio local e também o consumo e o quotidiano local”, lê-se no comunicado.

O Bloco, tal como aconteceu no passado, compromete-se com o futuro do Mercado do Bolhão, “quer pela presença no dia da sua reabertura, celebrando com as vendedoras, os utilizadores e o arquiteto Nuno Valentim, que ontem cumprimentamos quando ali fomos, quer no resto da sua vida na defesa de quem vive e trabalha no Porto”.

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