Apagão

“A nacionalização da REN é hoje mais importante do que nunca”

29 de abril 2025 - 14:02

Mariana Mortágua considera que o apagão que deixou Portugal sem eletricidade na segunda-feira mostra a fragilidade da rede elétrica e considera que a nacionalização da REN é uma prioridade.

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Mariana Mortágua
Mariana Mortágua. Fotografia de Bruno Moreira.

A coordenadora do Bloco de Esquerda considera que o apagão que durou várias horas durante a tarde de ontem “revelou a suscetibilidade de uma rede elétrica nacional” e a forma como “essa rede afeta várias áreas do nosso país”. “Todos nós ficámos conscientes da importância da rede elétrica nacional e do erro fatal que foi privatizar a REN”, disse.

Mariana Mortágua falou aos jornalistas no Parlamento, começando por agradecer a todos os trabalhadores que mantiveram os serviços essenciais a funcionar e a “todas as pessoas que ao longo do dia de ontem trabalharam para que as pessoas mantivessem a calma e tivessem as suas necessidades atendidas.

Sobre a REN, a dirigente bloquista sublinhou que “não é por acaso que o Relatório Anual de Segurança Interna tem um parágrafo – para o qual já chamámos a atenção várias vezes – que diz que a privatização de setores essenciais, como a distribuição elétrica, é uma ameaça à segurança interna”.

Segundo o balanço do Bloco de Esquerda, “mais do que nunca” se prova que a soberania de Portugal depende da sua capacidade para gerir e controlar sistemas de distribuição elétrica. “Uma rede pública não evitaria todos os problemas, mas este evento mostrou-nos o quão sensível é a gestão desta rede”, disse Mariana Mortágua.

“A nacionalização da REN é hoje mais importante do que nunca, e é hoje mais visível do que nunca esta prioridade”, prosseguiu, garantindo que este “não será um tema de campanha” para o partido. “Mas é muito importante apurar ao longo dos próximos dias tudo o que aconteceu, em primeiro lugar na rede elétrica” e também se a REN cumpriu todos os protocolos com que estava comprometida.

Em relação às respostas de emergência, tanto a nível dos hospitais, como dos transportes públicos ou do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), Mariana Mortágua lembrou que “vivemos num tempo de eventos climáticos extremos” em que eventos como o apagão podem voltar a acontecer, e portanto “é importante perceber o que falhou e o que é preciso corrigir” nas infraestruturas básicas do país.

A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu por último a necessidade de fazer um escrutínio à comunicação do Governo ao país por ser tardia e por haver um ministro que acabou por “validar desinformação que circulava na Internet”.