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MP considera provada a motivação por ódio racial no homicído de Bruno Candé

Ministério Público exige 22 anos de prisão para homicida de Bruno Candé. Procuradora refere que o crime foi premeditado e que se tratou de uma “execução sumária”, “sem apelo, nem agravo”.
Foto de Ana Mendes

O jornal Público noticia esta sexta-feira que o Ministério Público (MP) considerou terem ficado provadas as motivações de ódio racial do homem de 77 anos que assassinou o ator Bruno Candé, na via pública, em julho do ano passado.

A procuradora acrescentou que o ato se tratou de uma “execução sumária”, e que o crime teve origem numa motivação fútil. O jornal relata que, nas alegações finais, o MP destacou a postura de frieza com que Evaristo Marinho executou o acto, e a “indiferença e ausência de emoção” do arguido durante o julgamento. Foram ainda dadas como provadas as expressões com conteúdo racista proferidas pelo homicida, que esteve em Angola durante a guerra colonial, repetidas por testemunhas em sede de julgamento. 

De acordo com o relatório de perícia do Instituto Nacional de Medicina Legal e Clínica Forense (IMLCF) o arguido não padecia de nenhuma doença do foro mental e não se tratou de um ato impulsivo incapaz de ser controlado “no âmbito de um estado emotivo excecional”, até porque existiu “toda uma organização anterior com vista à concretização de tal ato”. Logo, o arguido estava consciente dos seus atos e era imputável.

A procuradora citou as palavras de Evaristo Martinho ao médico do IMCLF: “Estou na PJ por ter matado um preto”.

A advogada do homem de 77 anos, Alexandra Bordalo Gonçalves, presidente do conselho de deontologia de Lisboa da Ordem dos Advogados, considerou não existir ódio racial na motivação para o crime, e referiu, de acordo com o Público, que “proferir palavras preconceituosas ou mesmo racistas não chegam para se considerar que houve ódio racial”. A advogada questionou vários elementos da vida do ator para pôr em causa o pedido de indemnização feito pelas mães dos seus três filhos, e chamou “arguido” a Bruno Candé, por várias vezes, sem corrigir, refere o jornal.

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