São João da Madeira

Misericórdia negoceia futuro do hospital “às escondidas dos sanjoanenses”

06 de outubro 2025 - 11:15

Candidatura do Bloco de São João da Madeira diz que o comunicado da Misericórdia sobre o processo da transferência da gestão do hospital confirma que a instituição quis entrar na campanha autárquica.

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Ação de campanha do Bloco de Esquerda em defesa do Hospital de São João da Madeira
Ação de campanha do Bloco de Esquerda em defesa do Hospital de São João da Madeira. Foto Bloco SJM

O Hospital de São João da Madeira está integrado na Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga. Mas o seu futuro tem estado no centro do debate político no concelho, com o anunciado plano de transferência da sua gestão para a Santa Casa da Misericórdia local. No final da semana passada, esta instituição veio assegurar que o hospital não vai encerrar, mas as explicações dadas vieram confirmar as razões para rejeitar a transferência da gestão, o que tem sido uma das bandeiras da candidatura do Bloco à autarquia, encabeçada por Moisés Ferreira.

“A Misericórdia decidiu entrar na campanha eleitoral”, refere a concelhia do Bloco em comunicado onde conclui que o esclarecimento prestado pela instituição “revelou contornos graves e preocupantes da negociações que tem mantido às escondidas dos sanjoanenses” com o Ministério da Saúde. O primeiro de todos é expor que “a ministra da Saúde mentiu quando disse que qualquer decisão só seria tomada depois de um estudo”.

Por outro lado, o secretismo que envolve o processo negocial só pode significar que “o negócio não vai ser bom nem para os utentes, nem para São João da Madeira, nem para o SNS”, prevê o Bloco, concluindo que “para defender o nosso Hospital e o direito à saúde é mesmo preciso impedir a transferência” da gestão para a Misericórdia local.

Nas declarações citadas pelo Jornal de Notícias, o provedor da Misericórdia admite que o hospital irá perder as áreas de Oncologia e Psiquiatria, mas “nada diz sobre a recuperação dos serviços que durante os meses de negociação já foram retirados do hospital (e foram muitos). É muito grave”, prossegue o comunicado da concelhia bloquista. Outro dos aspetos negativos já conhecido é o de que a urgência só irá receber doentes com pulseira azul e verde, os menos graves do processo de triagem.

A juntar-se às críticas está o facto de não existir qualquer plano para os trabalhadores do hospital e de não existir garantia de que o volume de atividade aumente, “condicionando isso ao tamanho do cheque que negociar com o Governo”.

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