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Ministra das Finanças "tem sempre chegado atrasada à verdade"

O coordenador nacional do Bloco de Esquerda afirmou esta sexta feira que há escolhas para ministros e secretários de Estado que "envergonham o país e a democracia", salientando que a ministra das Finanças "tem sempre chegado atrasada à verdade".
Foto de Paulete Matos.

“Por muito má que seja a lista de secretários de Estado, pior é a composição do próprio Governo", adiantou João Semedo a propósito da remodelação, durante uma visita à Associação de Inquilinos Lisbonenses.

"Temos falado insistentemente na indecência que é a nomeação de Rui Machete para ministro dos Negócios Estrangeiros", exemplificou o dirigente bloquista, frisando que "há algumas escolhas que envergonham o país e a democracia".

Sobre as mais recentes declarações de Maria Luís Albuquerque, João Semedo referiu que a ministra das Finanças "tem sempre chegado atrasada à verdade".

"Nunca sabemos a verdade pela boca da ministra e uma ministra das Finanças que não fala verdade, que mente sobre as suas responsabilidades, não pode continuar a ser ministra", sublinhou ainda.

Segundo o coordenador nacional do Bloco, "não é aceitável num país e sociedade democráticos, em que tem de haver respeito pelos cidadãos, que uma ministra falte à verdade".

Ministra das Finanças deve voltar à comissão para explicar todas as contradições

Segundo a deputada do Bloco, Ana Drago, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque deve ir à comissão explicar todas as contradições, já que tudo o que foi dito no seu primeiro depoimento já foi colocado em causa por “várias declarações de ex-governantes do PS, mas também por responsáveis de instituições públicas”.

“Tudo o que a sra. ministra disse na comissão está hoje sob suspeita e, nesse sentido, creio que haveria todo o interesse em que estivesse na comissão a tentar explicar as diferentes contradições das diferentes questões “, afirmou Ana Drago esta sexta feira em declarações à agência Lusa.

“Creio que havia todo o interesse, até da própria ministra, no sentido de ir à comissão esclarecer exatamente o que quis dizer no seu primeiro depoimento porque a afirmação de que não foi dada nenhuma informação aquando da passagem de Governo já foi colocada em causa por várias declarações de ex-governantes do PS, mas também por responsáveis de instituições públicas”, sublinhou ainda a dirigente bloquista.

Conforme lembrou a deputada do Bloco, “sabemos hoje que custou vários milhões aos portugueses esta resolução dos contratos de ‘swap’ que a sra. ministra levou avante”. Por outro lado, avançou Ana Drago, “sobre as explicações que deu sobre a resolução do problema e porque é que demorou tanto tempo, ficámos a saber que, até meados de março de 2012, praticamente com um ano de Governo, a sra ministra não deu nenhuma orientação àquela que deveria ser a instituição pública que deveria tratar do dossier dos ‘swaps’ que era o o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública”.

Em entrevista à SIC, transmitida esta quinta feira, a ministra das Finanças admitiu ter recebido do ex director geral do Tesouro e Finanças Pedro Felício emails que continham informações sobre 'swaps’, contudo, Maria Luís Albuquerque avançou que os dados que lhe foram facultados não eram “insuficientes” para compreender a “total dimensão do problema”.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, manifestou, por sua vez, "toda a confiança" em Maria Luís Albuquerque

Presidente do Tribunal de Contas defende responsabilização de gestores

Guilherme d'Oliveira Martins afirmou que o Tribunal de Contas alertou, logo em 2008, para os maus investimentos com os 'swaps'.

"A primeira vez que o Tribunal de Contas (TdC) levantou esta questão, aqui del'rei. Houve gestores que vieram dizer o que é que o TdC tinha a ver com isto. Diziam que estavam a ganhar dinheiro. (...) Os relatórios do TdC dizem que o que foi ganho foi muito perdido às vezes o dobro, o triplo daquilo que foi ganho, portanto era um mau investimento", referiu Oliveira Martins, acrescentando que os gestores "têm de ser responsabilidades porque estão a tratar com dinheiro que é nosso".

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