Charles Bukowski nasceu em Andernach (Alemanha). Em 1922, os pais mudaram-se para Los Angeles. Bukowski era filho único e teve uma infância e uma adolescência horrendas.
O seu pai era muito arbitrário e, eventualmente, um ser profundamente ressentido e violento. A sua mãe era calada e servil, não ajudando a controlar a tirania paternal.
Na passagem para a adolescência, 2 factos marcaram a sua vida. Por um lado, teve um acne extremo. Por outro, o pai começou bater-lhe sistematicamente com um cinturão de couro.
Bukowski vivia num bairro operário e de classe media baixa, com o problema de que durante a sua infância a maioria das pessoas, devido à depressão económica, não tinha trabalho.
O pai de Bukowski, também desempregado, todas as manhãs levantava-se e desaparecia, fingindo que ia trabahar, durante todo o día. A mãe teve que compensar, ganhando dinheiro em empregos ocasionais.
O ambiente do seu bairro era violento e hostil, tanto entre os adultos e as crianças. Bukowski, pela sua predisposição para a solidão e pela horrível condição da sua pele, foi condenado ao ostracismo.
No fim da adolescência, Bukowski teve o seu batismo no alcool e na escrita: os eixos principais da sua vida. Quanto à primeira vez que provou vinho, escreveu: “Era mágico. Por que nunca me tinham dito? Com isto, a vida é maravilhosa.”
Descobriu o seu talento de escritor, quando a professora do quinto ano pediu aos alunos que fossem, durante um fim de semana, assistir a uma sessão pública do presidente Herbert Hoover (de visita a Los Angeles).
Bukowski não se animou com a ideia de pedir ao pai para o levar e inventou uma crónica. A professora deu conta do facto e falou do caso à turma, elogiando toda a sua imaginação.
Aos 14 anos, fez um tratamento ao acne. Os médicos tiveram que abrir os furúnculos cheios de pus, que lhe tapavam a cara, o peito e as costas. Esse episódio foi literalmente uma tortura para Bukowski.
Durante um longo repouso em casa, começou a escrever, inventando contos sobre um aviador alemão da Iª Guerra Mundial. Esses cadernos juvenis não existem porque o seu pai os atirou para o lixo.
Durante a sua juventude descobriu a literatura (na biblioteca pública, tall como Ray Bradbury). Foi uma descoberta parecida com a do álcool: produziu-lhe um grande alívio existencial.
Bukowski esteve na Universidade pública de Los Angeles durante 2 anos. Ali começou a beber a sério e a escrever. Em 1939, abandonou a universidade e mudou-se para Nova Iorque.
Em 1944, Bukowski foi preso pelo FBI por não se ter inscrito no serviço militar obrigatório, mas ficou isento de ir para a guerra, porque não ficou aprovado no exame psicológico do exército.
Nessa época, Bukowski viajou muito, vagabundeando e procurando trabalhos não especializados (em fábricas, restaurantes, etc.), con o objetivo de ter a maior quantidade de tempo livre para escrever.
Bukowski escrevia contos e enviava-os para as grandes revistas literárias e culturais - “The Atlantic”, “Harpers” e “The New Yorker”. Tudo isso foi sempre refutado, mas Bukowski não desanimava.
Quando tinha 24 anos, um conto foi aceite por uma pequena, mas prestigiada revista - “Story Magazine”. Um importante agente literário de Nova Iorque escreveu a Bukowski a dizer que o queria representar.
Bukowski respondeu que ainda não estava preparado. Em vez de começar uma carreira literária, agarrou-se a uma borracheira de 10 anos. Nesses anos, acumulou experiências e vivências que se converteram na sua obra.
Bukowski escreveu mais de 50 livros, incluindo 5 novelas autobiográficas. Os seus versos sobre o ócio, o alcoolismo, o sexo embriagado, as corridas de cavalos e a violência doméstica, são inimítáveis.
Bukowski foi e continua a ser um dos poetas mais adorados do mundo. Viveu até aos 73 anos, bebendo e escrevendo todos os dias. Faleceu no dia 9 de março de 1994.
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