Markos Leivikov constituído arguido na operação Monte Branco

28 de maio 2022 - 19:45

Buscas promovidas pela Inspeção Tributária e PSP no último mês levaram à constituição do empresário russo, sócio de Marco Galinha, como arguido no processo Monte Branco, associado à prática de branqueamento de capitais e fuga ao fisco. Leivikov acusou recentemente Mariana Mortágua de falsas declarações.

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Markos Leivikov

O Sol escreve que, em 2009, com duas empresas ligadas ao ramo imobiliário – a Flupart e a Propriurb, Markos Leivikov “e o seu amigo Andrey Dementyev, vice-ministro de Putin”, adquiriram e remodelaram duas mansões do século XIX na zona de Cascais. Os edifícios foram transformados em hotéis de luxo: o Hotel Farol e o Hotel Senhora da Guia Cascais Boutique.

Três anos mais tarde, os dois sócios ter-se-ão desentendido. O jornal avança que o processo de divisão de bens despertou a atenção das autoridades, que associaram os dois russos à rede suíça Monte Branco, a que terão recorrido como via de fuga ao fisco.

Os nomes de Markos Leivikov e Andrey Dementyev surgem na lista de clientes de Francisco Canas. Conhecido como ‘Medalhas’, Canas recebia e entregava a centenas de clientes malas de dinheiro vivo. Terá sido Poiares Serra, atualmente a cumprir pena de prisão por falsificação, a transportar quase dois milhões de euros que chegaram a ‘Medalhas’ de duas offshores de Leivikov e Dementyev no Chipre, identificado pelo Sol como o “poiso dos ‘cabedais’ de muitos oligarcas russos”.

Buscas promovidas pela Inspeção Tributária e PSP no último mês às residências, hotéis e empresas de Markos Leivikov e Andrey Dementyev levaram à constituição de Leivikov como arguido no processo Monte Branco. Já Dementyev, membro do conselho de administração da multinacional Solleres PJSC, dedicada à produção de veículos de passageiros e comerciais, e da ANPO Uralvagonzavod, que fabrica, entre outros equipamentos, tanques de guerra, ainda não foi constituído arguido, por se encontrar ausente do país.

No artigo História de um oligarca russo e do seu sócio português, Mariana Mortágua explica a associação do empresário Marco Galinha, dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, aos "negócios do oligarca russo Markos Leivikov, aliás seu sogro", e descreve como Leivikov “financiou o partido de Putin através de uma das suas empresas e deixou na Rússia um rasto de suspeitas de fraudes milionárias”. Recorrendo ao direito de resposta, Leivikov acusou a deputada bloquista de falsas acusações, alegando que as suas afirmações são “fantasiosas".