Marisa Matias “é a melhor candidata que o país pode ter” às eleições europeias

10 de novembro 2018 - 12:39

No discurso de abertura da XI Convenção, Catarina Martins fez o balanço da trajetória do Bloco e do país nos últimos anos e concluiu que “hoje o Bloco tem mais força para defender quem trabalha”.

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Catarina Martins fez o discurso de abertura da XI Convenção do Bloco de Esquerda, lembrando o que mudou no país desde 2015. “A política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e porque cresceu a força da Esquerda”, afirmou a coordenadora do Bloco, lembrando que antes das eleições de 2015, o PS “dizia que o problema não era a austeridade mas o ritmo a que esta era aplicada”.

“Se o PS tivesse imposto a sua vontade, os pensionistas teriam perdido o valor de dois meses das suas pensões. Se o PS tivesse tido maioria absoluta e imposto estas soluções, os pensionistas estariam hoje pior e os trabalhadores estariam pior”, recordou Catarina, concluindo que “ainda bem que houve força à esquerda para contrariar as medidas do Programa do PS”.

A grande lição das eleições de 2015 é que “morreu o voto útil e renasceu a possibilidade de o povo impor o respeito”, prosseguiu Catarina, elencando em seguida os quatro “desafios colossais” que o governo terá em 2019: a legislação laboral, as rendas da energia, a lei de bases da Saúde e o investimento nos transportes. “Em todas essas obrigações, há só uma certeza: cá estará o Bloco de Esquerda“, prometeu.

Ao longo do discurso, Catarina não deixou de lado alguns erros de percurso, como o do caso que levou à demissão do vereador bloquista em Lisboa. “Mas ficam a saber como é que no Bloco corrigimos os erros: o Bloco não abriu parêntesis nem mudou de assunto. Ninguém viu este Bloco calado, nem por um dia, sobre o problema da habitação nas grandes cidades”, sublinhou Catarina, prometendo o reforço da “luta contra a especulação, contra os fundos imobiliários, pela construção de habitação social, pela limitação da habitação turística de curto prazo, pelo acesso a aluguer de longa duração, pela defesa dos idosos, e de todos quantos são ameaçados de despejo pela lei Cristas, e pela instalação de jovens na cidade”.

Marisa Matias é “a militante corajosa que nunca recusou um combate por difícil que fosse”

Catarina Martins anunciou neste discurso que irá propor à próxima Mesa Nacional a recandidatura de Marisa Matias como cabeça de lista do Bloco às próximas eleições europeias.

“É muito mais do que a eurodeputada incansável. É a ativista presente. Correndo por dentro e por fora. Nas lutas do ambiente, dos direitos humanos, do trabalho, das liberdades, da saúde, dos cuidadores informais, na denúncia dos paraísos fiscais, das portas giratórias, do comércio da guerra”, prosseguiu Catarina Martins sobre a eurodeputada que tem “reconhecimento em Portugal e em toda a Europa”.

“Responder à altura das responsabilidades que o Bloco tem hoje não exige menos do que isso: ter a melhor candidata no parlamento europeu. Não só a melhor candidata que o Bloco pode ter, mas a melhor candidata que o país pode ter. A Marisa Matias”, concluiu Catarina Martins.