Incêndios

Mariana Mortágua na Madeira: “Não podemos esquecer a catástrofe”

07 de setembro 2024 - 14:07

Coordenadora nacional do Bloco de Esquerda visitou este sábado a Madeira para fazer um balanço do incêndio que devastou a ilha. BE Madeira considera que houve "negligência na prevenção".

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Roberto Almada, Dina Letra e Mariana Mortágua
Roberto Almada, Dina Letra e Mariana Mortágua. Fotografia do Esquerda

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, está este sábado na Madeira, para visitar as zonas que foram devastadas pelo incêndio que durante mais de uma semana lavrou na ilha, destruindo mais de 10% da sua área florestal.

Mariana Mortágua considerou que, passada a catástrofe, estamos agora em altura de fazer um primeiro balanço do que se passou na Madeira. “Tudo falhou nos incêndios”, considerou. “Toda a parte de prevenção falhou, sabendo que há zonas muito sensíveis e sabendo também que uma vez deflagrado um incêndio numa zona com estas caraterísticas, é preciso haver uma intervenção imediata. E o que aconteceu foi que o governo regional não só não fez uma intervenção imediata, como recusou ajuda da República”.

Acusando o governo regional de irresponsabilidade, a coordenadora bloquista criticou também a postura de Miguel Albuquerque, “presidente do Governo Regional que preferiu continuar de férias no Porto Santo deixando ma população inteira ao abandono”. Mas dirigiu também as críticas a Pedro Ramos, secretário responsável pela Proteção Civil que se “atreveu a dizer” que “só tinha 10% dos meios empregues no combate a este incêndio”.

“O governo regional, por uma jogada política, retirou a Madeira de um plano nacional de combate a incêndios”, explicou Mariana Mortágua, criticando a forma como Miguel Albuquerque e o PSD têm gerido o território.

Sobre a posição do partido face à incompetência nessa gestão, Mariana Mortágua clarificou que “o Bloco de Esquerda entende há muito tempo que Miguel Albuquerque não tem condições para presidir ao Governo Regional da Madeira nem PSD tem condições para fazer esse trabalho”. Não só pela má gestão destes incêndio mas pela “sobranceria, a arrogância, o desrespeito que Miguel Albuquerque mostrou pelo povo da Madeira”. A dirigente nacional conclui que esse desrespeito ”foi de tal ordem que é inconcebível que [Miguel Albuquerque] se mantenha como presidente do Governo Regional como se nada acontecesse”.

BE Madeira fala em “negligência na prevenção”

Dina Letra, dirigente do BE Madeira, falou também aos órgãos de comunicação social sobre a atual situação da Madeira, considerando que a negligência na prevenção foi gritante. “Em pouco mais de dez anos já arderam mais de 44 mil hectares na Madeira. O governo regional não atua na prevenção e ao fazê-lo, está a dar azo a que continue tudo isto a acontecer”.

Sobre as consequências do incêndio, Dina Letra considera importante que os partidos que apoiam o governo de Miguel Albuquerque fação uma reflexão sobre o trabalho do PSD. “É preciso exigir responsabilidades políticas. Felizmente não há vítimas, mas há danos para as pessoas, danos psicológicos, há danos no território, e nós precisamos de dar a volta a isto”.

Esta dirigente concluiu que uma moção de censura deveria estar em cima da mesa perante a atuação negligente e irresponsável do governo regional. “Naturalmente competirá aos partidos da oposição tomar essa iniciativa mas é algo que deixamos em cima da mesa”.