Madeira

Miguel Albuquerque afasta jornalistas da tragédia e vai de férias

20 de agosto 2024 - 15:24

Presidente do Governo Regional da Madeira volta à ilha do Porto Santo para continuar férias durante a crise dos incêndios. Polícia de Segurança Pública bloqueia exclusivamente o acesso da comunicação social às zonas incendiadas.

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Miguel Albuquerque com um membro da proteção civil
Fotografia publicada no Facebook do Governo da Madeira

O presidente do Governo Regional da Madeira voltou às férias na ilha do Porto Santo depois de ter regressado à ilha da Madeira por pouco mais de 24 horas para gerir o cenário de crise em que a ilha se encontra devido ao incêndio que desde quarta-feira já destruiu 9% da área florestal da ilha.

Albuquerque tinha interrompido as férias no sábado, no quarto dia desde que o incêndio havia deflagrado. Chegou ao Funchal à noite e fez a sua última aparição pública no domingo, por volta das sete da tarde, no briefing realizado nas instalações do Serviço Regional de Protecção Civil.

Na segunda-feira, o Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, assegurou que apesar de estar em descanso, Miguel Albuquerque estará a acompanhar a situação e a evolução do incêndio na ilha da Madeira.

A postura de laissez-faire do presidente do Governo Regional da Madeira não se aplicou, no entanto, aos órgãos de comunicação que acompanham o incêndio no local, muito para surpresa dos mesmos. Perante um reacendimento no Curral de Freiras, a Polícia de Segurança Pública impediu os jornalistas da RTP de avançarem para fazerem a cobertura mediática da situação.

“O acesso está vedado à comunicação social, não nos deixam passar deste ponto. São ordens da esquadra do concelho de Câmara de Lobos, ordens que se aplicam só mesmo à comunicação social”, disse o jornalista da RTP David Teixeira Fernandes em direto para esse canal.

De facto, o deputado regional Élvio Sousa, do Juntos Pelo Povo, relatou ter passado livremente pelo controlo policial sem ter sido parado. Tal comportamento e seleção por parte das forças de segurança levanta questões sobre se os jornalistas foram impedidos de passar por questões de segurança ou por questões de imagem pública do Governo Regional de Miguel Albuquerque.

O incêndio que lavra desde quarta-feira entre os concelhos de Ribeira Brava, Câmara dos Lobos e Ponta do Sol já ardeu mais área do que o total dos incêndios do ano passado. São, até agora, mais de 7.000 hectares.

Numa publicação nas redes sociais, a coordenadora do Bloco lamentou esta terça-feira a “irresponsabilidade” do Governo Regional e defendeu que “todos os meios devem ser acionados para fazer frente à catástrofe”.