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"Marcelo perdeu uma boa oportunidade para pressionar o Governo a mudar de políticas"

Na reação à entrevista televisiva do Presidente da República, o líder parlamentar do Bloco afirma que Marcelo também é responsável pelo "ano perdido", ao acompanhar o Governo nas suas escolhas estruturantes.
Pedro Filipe Soares. Foto Ana Mendes.

O Presidente da República deu uma entrevista à RTP e ao Público ao cumprir o sétimo ano no Palácio de Belém. Das palavras de Marcelo destacou-se a crítica à posição da Conferência Episcopal sobre os abusos sexuais cometidos pelo clero católico e o apontar do "tempo perdido" do primeiro ano da maioria absoluta envolta em polémicas com os casos envolvendo membros do executivo.

Para o líder parlamentar do Bloco, o Presidente da República não é alheio a esse "ano perdido", em primeiro lugar por "decorrer da escolha que o próprio Presidente fez em lançar o país para eleições antecipadas".

"E se esse ano perdido aconteceu porque o Governo considerou que os inimigos da economia seriam os salários, e por isso sacrificou-os no altar da inflação levando as pessoas a perder poder de compra, também o Presidente da República perdeu este tempo ao país, ao acompanhar o Governo nas suas escolhas estruturantes", prosseguiu Pedro Filipe Soares em declarações aos jornalistas.

Quando Marcelo diz que olha para o copo e ele parece estar meio vazio, Pedro Filipe Soares acrescenta que "não é só o copo: é a mesa que está a ficar vazia porque falta dinheiro para comprar bens essenciais, para fazer face à crise da habitação, para responder às exigências do dia a dia". E sobre essa matéria, "o Presidente da República passou à margem de uma boa hipótese para pressionar o Governo a mudar de políticas. Tantas vezes têm andado de mão dada e agora parece que assim continuam. É uma perda para o país".

Questionado pelos jornalistas sobre a declaração de Marcelo a propósito da polémica na administração da TAP, ao afirmar que as questões políticas já estão respondidas, o líder parlamentar do Bloco discorda e diz que o Presidente "tende a amnistiar o Governo nalgumas das responsabilidades", mas espera que não seja o caso da TAP, pois "há decisões políticas por explicar, também de Fernando Medina, há consequências a retirar ainda e há  a comissão de inquérito, cujos trabalhos agora começaram e ainda não se concluíram".

"Tentar matar a comissão de inquérito é a tentativa do Governo, que parece ter medo dela. Esperemos que não seja a posição do Presidente da República também", concluiu.

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