"Ele está bastante comovido com a solidariedade que chega de toda a parte. Não consegue ter a dimensão real destes movimentos todos, mas pelo pouco que tem fica bastante comovido e agradecido", afirmou Mónica Almeida em declarações à agência Lusa.
De acordo com a esposa de Luaty, o ativista pretende manter a greve de fome: "Ele fica comovido, mas não muda o pensamento, sente-se injustiçado".
“Luaty está a ter um bom acompanhamento médico, faz exames, mas o quadro não mudou. É estável, sem sabermos o que pode acontecer a seguir, a medicina não consegue prever", acrescentou.
Alertada pelos médicos para a "gravidade" da situação clínica do marido, Mónica Almeida explica que o rapper angolano recusa qualquer tratamento de exceção.
Luaty preocupado com a falta de resposta dos juízes
Os advogados aguardam, entretanto, pela resposta ao segundo “habeas corpus” apresentado junto do Tribunal Supremo a 30 de setembro, no qual é alegado o excesso de prisão preventiva e ilegalidades na detenção dos 15 ativistas, bem como pelo resultado do recurso do indeferimento do primeiro para o Tribunal Constitucional angolano.
Estas decisões são esperadas "com expectativa" por Luaty Beirão, que corre risco de vida, e "podem decidir o futuro" do 'rapper' angolano, avança o advogado Luís Nascimento.
"Encontrei-o lúcido, ele espera que nada lhe aconteça, mas está um pouco preocupado com a falta de respostas dos juízes. Até a questões de mera aritmética. Saber se há excesso de prisão preventiva é uma questão de aritmética, isso preocupa. Será que se quer resolver o assunto ou que ele se vá, que a culpa morra solteira e que ele seja culpado da própria morte", questionou-se.
"Prefiro-te marido, pai e amigo a ter-te como mártir"
Mónica Almeida escreveu uma carta a Luaty, intitulada "Ao herói da minha vida", e que é reproduzida pelo jornal Expresso, na qual revela a sua preocupação pela degradação do estado do seu saúde e a admiração pela sua luta.
"Quero-te presente e bem vivo para que possas transmitir esses valores bem vincados à nossa pequena Luena", lê-se na missiva