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Lisboa: Câmara aprova moção do Bloco para acabar com financiamento público a touradas

Com os votos contra do PCP e do CDS, a proposta aprovada apela ao Governo que ponha fim ao financiamento público dos eventos que causam sofrimento animal. O Bloco propôs ainda uma reconversão dos espaços onde se realizam este tipo de espetáculos, mas esta proposta acabou chumbada.

Na manhã desta quinta-feira, foi aprovada em reunião do executivo da Câmara Municipal de Lisboa uma moção do Bloco de Esquerda que apela ao Governo para que legisle no sentido de não permitir o financiamento público dos eventos que causam sofrimento animal.

A moção, apresentada pelo Vereador Manuel Grilo, viu o seu ponto essencial ser aprovado com os votos contra do PCP e do CDS. Além deste ponto, o documento continha ainda uma outra proposta de deliberação, que apelava à implementação de medidas para a reconversão dos espaços onde atualmente se realizam estes eventos “em espaços multifunções com capacidade para acolher eventos culturais e desportivos ou outros que não envolvam sofrimento animal”. Este ponto foi rejeitado, tendo apenas merecido os votos favoráveis do vereador do Bloco e da vereadora Paula Marques.

A moção entregue pelo vereador do Bloco recorda uma sondagem recente, realizada no concelho de Lisboa a propósito da posição da população de Lisboa à prática tauromáquica na cidade e seus benefícios fiscais. Neste inquérito a grande maioria da população da cidade (75%) está contra a utilização de dinheiros público para financiar ou apoiar as touradas. Além disto, 89% da população lisboeta nunca assistiu a uma tourada na praça de touros do Campo Pequeno desde a sua reabertura em 2006.

De acordo com o gabinete do vereador dos Direitos Sociais e da Educação, Manuel Grilo, "a realização de touradas, no nosso entender não deve fazer parte do novo normal. Este é um ótimo momento para salvaguardarmos o bem estar animal e, foi neste sentido que apresentámos hoje esta moção em reunião de câmara para que a CML inste o Governo a legislar no sentido de impedir que haja financiamentos públicos a atividades que envolvam sofrimento animal. Os dinheiros públicos, que tanta falta fazem neste momento delicado de pandemia, não devem ser fonte de financiamento de atividades que não cumprem orientações internacionais quanto ao bem estar animal".

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