Reproduzimos aqui a nota de desmentido enviada pelo Bloco de Esquerda à direção do "Público".
Bloco não negociou nem aceitou condições para aumento do salário mínimo
Na sua edição de hoje, 21 de dezembro, o Público titula em manchete: "Cedência no salário mínimo concertada à esquerda". Na página 6, refere-se em título que "Governo negociou com o Bloco as cedências no salário mínimo".
É com estupefação que o Bloco de Esquerda verifica que, no texto desta notícia nada confirma a manchete do jornal e o título da notícia.
A "negociação" com o Bloco das condições do aumento do SMN nunca existiu. Aliás, no primeiro parágrafo, o termo usado no título já foi reduzido a "encontros informativos'".
Quanto à alegada cedência, a notícia garante que "o Bloco aceitou as condições (...) que acabaram por figurar no documento final" da Concertação Social.
Ora, o Bloco não conhece esse documento final e, considerando o que foi anunciado, tem sublinhado o seu desacordo. De resto, o Bloco não é um parceiro social e portanto não é chamado a "aceitar" ou rejeitar qualquer acordo da Concertação Social. O Bloco limita-se a garantir o cumprimento do acordo que assinou com o Partido Socialista e a tomar posição sobre a proposta do governo. Na própria notícia do Público, o deputado José Soeiro critica que "os contribuintes paguem pelas empresas a TSU. Não é razoável".
José Soeiro refere ainda que, "desde que se alcancem os valores acordados, não há uma violação do acordo", deixando assim claro que o Bloco nunca aceitará a invocação da "situação económica" para adiar a meta dos 600 euros até 2019, assinada pelo PS e pelo Bloco.
Aliás, a confirmação do aumento do salário mínimo para 557 euros em janeiro de 2017, garantido pelo acordo entre os dois partidos, parece demonstrar que o governo mantém os compromissos inscritos no seu programa.