Jornal “Público” inventa cedências da esquerda no salário mínimo

21 de dezembro 2016 - 15:37

Leia aqui o desmentido enviado pelo Bloco de Esquerda sobre a manchete da edição desta quarta-feira do Público.

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Capa e notícia do Público sobre a suposta "cedência" da esquerda nas negociações da concertação social.

Reproduzimos aqui a nota de desmentido enviada pelo Bloco de Esquerda à direção do "Público".


Bloco não negociou nem aceitou condições para aumento do salário mínimo

Na sua edição de hoje, 21 de dezembro, o Público titula em manchete: "Cedência no salário mínimo concertada à esquerda". Na página 6, refere-se em título que "Governo negociou com o Bloco as cedências no salário mínimo".

É com estupefação que o Bloco de Esquerda verifica que, no texto desta notícia nada confirma a manchete do jornal e o título da notícia.

A "negociação" com o Bloco das condições do aumento do SMN nunca existiu. Aliás, no primeiro parágrafo, o termo usado no título já foi reduzido a "encontros informativos'".

Quanto à alegada cedência, a notícia garante que "o Bloco aceitou as condições (...) que acabaram por figurar no documento final" da Concertação Social.

Ora, o Bloco não conhece esse documento final e, considerando o que foi anunciado, tem sublinhado o seu desacordo. De resto, o Bloco não é um parceiro social e portanto não é chamado a "aceitar" ou rejeitar qualquer acordo da Concertação Social. O Bloco limita-se a garantir o cumprimento do acordo que assinou com o Partido Socialista e a tomar posição sobre a proposta do governo. Na própria notícia do Público, o deputado José Soeiro critica que "os contribuintes paguem pelas empresas a TSU. Não é razoável".

José Soeiro refere ainda que, "desde que se alcancem os valores acordados, não há uma violação do acordo", deixando assim claro que o Bloco nunca aceitará a invocação da "situação económica" para adiar a meta dos 600 euros até 2019, assinada pelo PS e pelo Bloco.

Aliás, a confirmação do aumento do salário mínimo para 557 euros em janeiro de 2017, garantido pelo acordo entre os dois partidos, parece demonstrar que o governo mantém os compromissos inscritos no seu programa.