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Japão: desastre nuclear é nível 7 como Chernobyl

É o nível mais grave, segundo a Escala Internacional de Acidentes Nucleares. Anúncio significa uma grande bofetada nos japoneses e vizinhos.
A notícia desta terça-feira aumentou a apreensão em todos, e muitos estrangeiros estão a tentar sair desesperadamente do país.

O governo japonês anunciou terça-feira que o acidente nuclear na central nuclear Fukushima 1 é de nível 7, o mais grave, segundo a escala Escala Internacional de Acidentes Nucleares (International Nuclear Event Scale, INES) que serve de parâmetro para estes acidentes.

O anúncio foi feito como se tratasse apenas de uma questão técnica sem menor importância, alegando que foi necessário compilar dados estatísticos para chegar a essa conclusão.

É uma grande bofetada na cara da opinião pública mundial que acompanha a tragédia. E não apenas na cara dos japoneses, como também dos países vizinhos, como a Coreia do Sul e a China.

É também a comprovação de que o governo e a operadora Tóquio Electricidade (TEPCO) estiveram a mentir todo este tempo, ao afirmar que a radioactividade que continua a escapar de Fukushima 1 não é prejudicial à saúde.

Como todos sabem, milhares foram evacuados e outros milhares sê-lo-ão nos próximos dias, já que o governo decidiu também aumentar a área de evacuação. Só na localidade de Iitate, são cerca de 7 mil moradores. Alimentos foram contaminados. A água em várias localidades foi contaminada. Água contaminada foi despejada no mar e a própria operadora não consegue disfarçar que as fugas ainda não terminaram.

Se este que vos escreve deitar para o lixo da calçada uma televisão ou um aparelho electrónico e for apanhado em flagrante pela polícia, pode ser detido imediatamente. Mas esses senhores fizeram tudo isso e continuam a fazer, sem que ninguém seja responsabilizado. Mesmo os responsáveis por uma das maiores tragédias nucleares humanas continuam impunes, comendo, tranquilamente, o seu sashimi ou sushi com peixes que não são de Fukushima, obviamente.

A notícia desta terça-feira aumentou a apreensão em todos, e muitos estrangeiros estão a tentar sair desesperadamente do país. Os estrangeiros, em particular, têm mais dificuldade, devido à língua, de acompanhar o noticiário nacional.

O descrédito completo a que chegaram as autoridades, TEPCO e governo, obriga as pessoas a procuram por conta própria o que lhes parece ser mais aconselhável.

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