Israel lança bombardeamento massivo no maior campo de refugiados de Gaza

31 de outubro 2023 - 20:55

Israel confirma o ataque ao campo de refugiados de Jabalia, na sequência do qual foram reportados cerca de cem mortos e centenas de feridos. Estão a ser difundidos vários vídeos e imagens de pessoas a retirar sobreviventes e cadáveres dos escombros.

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Foto Al Jazeera.

Esta terça-feira, os ataques aéreos israelitas deixaram uma enorme cratera no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Em declarações à CNN, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmou que Israel atingiu o campo. “Havia um comandante muito graduado do Hamas naquela área”, disse o tenente-coronel Richard Hecht.

"Estamos a investigar e divulgaremos mais dados à medida que soubermos o que aconteceu no local", continuou. Questionado sobre as mulheres e crianças mortas, o representante das IDF frisou que estavam focados no seu alvo.

Posteriormente, as IDF afirmaram ter realizado um "ataque em larga escala contra terroristas e infraestruturas terroristas pertencentes ao Batalhão Central Jabalia" e que mataram o seu comandante, Ibrahim Biari. “O ataque prejudicou o comando e controlo do Hamas na área, bem como a sua capacidade de dirigir a atividade militar contra os soldados das FDI que operam em toda a Faixa de Gaza. Como resultado do ataque, um grande número de terroristas que estavam com Biari foram mortos. A infraestrutura terrorista subterrânea embutida sob os edifícios, usada pelos terroristas, também ruiu após o ataque", acrescentaram ainda as autoridades israelitas.

Na imagens divulgadas pela Reuters, e em inúmeras contas nas redes sociais, é possível ver uma extensa área de destruição, com habitações de cimento de vários andares destruídas. Os palestinianos usam as próprias mãos para procurar os seus entes queridos, vivos ou mortos, nos escombros.

Os médicos do Hospital Indonésio de Gaza colocaram os mortos envoltos em panos brancos numa longa fila do lado de fora do hospital, procurando dar resposta aos feridos no meio do caos.

"Eles estavam apenas nas suas casas, foram atingidos enquanto estavam nas suas casas... Todos mártires, crianças, mulheres, idosos (…) Não temos ideia do que fazer. Há feridos por toda parte", afirmou um dos médicos do estabelecimento de saúde, Subaib Idais, em declarações à Reuters.

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