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Israel deixa 41 crianças desalojadas depois de lhes destruir a aldeia

A denúncia foi feita pelas Nações Unidas, que acusa Israel de usar estas demolições na Cisjordânia como forma de “coagir os palestinianos a abandonar as suas casas”.
Israel deixa 41 crianças desalojadas depois de lhes destruir a aldeia
Fotografia de OCHA - United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs.

Naquele que é o maior despejo em vários anos, as forças israelitas nos territórios ocupados na Cisjordânia destruíram uma aldeia palestiniana, deixando 73 pessoas desalojadas, entre elas 41 crianças.

Escoltadas por veículos militares, as escavadoras foram filmadas a aproximar-se da aldeia e a destruir tendas, barracas, abrigos para animais, casas de banho e painéis solares. A denúncia é feita pela delegação das Nações Unidas naquele território.

“Estas são algumas das comunidades mais vulneráveis da Cisjordânia”, afirmou Yvonne Helle, coordenadora da delegação humanitária das Nações Unidas, citada pelo Guardian

Segundo Helle, o facto de três quartos dos membros daquela comunidade terem ficado sem alojamento torna este despejo o maior dos últimos quatro anos. Porém, pelo número de estruturas destruídas, este é mesmo o maior despejo na região da última década. 

A aldeia é composta por uma das várias comunidades beduínas do Vale do Jordão e, apesar de se encontrar em território palestiniano, Israel insiste que aquela é uma “zona de tiro” onde o seu exército pode treinar. As demolições são muitas vezes justificadas com a ausência de permissão de construção do Estado de Israel. 

Estas alegações são desmentidas pelo comunicado das Nações Unidas e pelo testemunho de membros de organização israelita de defesa dos direitos humanos B’Tselem. Segundo os ativistas, foram destruídas 18 tendas e barracas de 11 famílias, 29 tendas e barracas usados como abrigos de gado, três galpões de armazenamento, nove tendas que funcionavam como cozinhas, 10 casas de banho portáteis, 10 currais de gado, 23 recipientes de água, dois painéis solares e vários comedouros e bebedouros para o gado. A associação afirma ainda que Israel destruiu mais de trinta toneladas de alimento para os animais e confiscou um veículo e dois tratores que pertenciam a alguns moradores. 

“As demolições são um modo fundamental de criação de um ambiente feito para coagir os palestinianos a deixar as suas casas”, disse Yvonne Helle, acusando Israel de “violações graves” do direito internacional.

Só durante o ano de 2020 já foram destruídas quase 700 estruturas na Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, deixando um total de 869 palestinianos desalojados.

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