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“Habitação há de ser centro da contestação por uma economia sensata”

Catarina Martins afirmou que “não queremos um modelo de governação que responde aos problemas com anúncios mas nunca com soluções”, e defendeu que “é preciso um sobressalto de todos nós pela sensatez de tratar as pessoas com dignidade”.
Foto de Ana Carolina.

A coordenadora do Bloco encerrou este sábado a sessão: "Casas para morar: controlar as rendas, combater a especulação", que teve lugar em Coimbra e contou também com a participação de Mariana Mortágua, Dulce Lopes e Simone Tulumello.

Catarina fez referência à notícia da Reuters que dá conta de que, durante a última reunião do Banco Central Europeu, em que se analisaram os números da economia da zona euro, se concluiu que a inflação, na dimensão que estamos a viver, não tem a ver com salários, efeitos da pandemia e guerra, mas sim com o aumento das margens de lucro. No entanto, dessa reunião saiu o aviso de que não se pode aumentar salários.

Para a dirigente bloquista, o que estamos a viver é um verdadeiro “assalto do sistema capitalista financeiro internacional”, pelo que é o momento de nos levantarmos “pela sensatez da economia”, como tem vindo a acontecer no Reino Unido e em França, por exemplo.

Segundo Catarina, a “habitação há de ser o centro da contestação por uma economia sensata”.

A coordenadora do Bloco lembrou que há cinco anos António Costa prometeu que “ia mudar tudo na habitação” e que, 50 anos após o 25 de Abril, “não haveria nenhuma família sem uma casa digna”. Essas promessas estão por cumprir, e a “contestação aumenta por motivos reais da dificuldade vivida”.

Conforme sublinhou Catarina, e apesar do “grande anúncio” do governo PS, não há nada no pacote de medidas apresentado que “mude o mercado, nada que faça baixar preço das casas na compra e no arrendamento”.

Por outro lado, a dirigente bloquista destacou que a direita nunca atacará o modelo da especulação imobiliária. PS e direita têm, na realidade, o mesmo modelo de desenvolvimento para o país, cujo único desígnio passa por “enriquecer muito rapidamente uns poucos à conta da maioria do país”.

“Não queremos um modelo de governação que responde aos problemas com anúncios mas nunca com soluções”, enfatizou Catarina, apontando que “há muitas Odemiras e muitas Mourarias em Portugal”.

“O modelo de economia de miséria está presente em todo o país. E por isso é que é preciso um sobressalto de todos nós pela sensatez de tratar as pessoas com dignidade”, defendeu a coordenadora do Bloco.

Assinalando que a habitação transforma a sociedade, Catarina apontou a importância da mobilização para iniciativas como a manifestação pelo direito à habitação que se realiza no próximo dia 1 de abril.

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