16 de dezembro de 1974. Três grupos da tradição marxista-leninista juntavam-se para a fundação da União Democrática Portugal: o Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista, os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas e a Unidade Revolucionária Marxista-Leninista.
Esta foi uma agregação de forças que aconteceu onze anos depois da primeira cisão à esquerda no PCP, momento fundador da tradição m-l em Portugal, uma história que o dirigente bloquista Alberto Matos contou no Esquerda.net o ano passado.
Na declaração fundadora, esclarecia-se que “como resultado de recentes contactos estabelecidos entre elementos de várias forças políticas que defendem a liquidação do capitalismo e o estabelecimento de uma Democracia Popular em Portugal como primeiro passo na construção do socialismo, constituiu-se uma comissão promotora com vistas à formação de um partido político, a União Democrática Popular, para intervenção no período eleitoral que se avizinha.”


Esta comissão promotora foi constituída por:
Agostinho Fernandes Palma, operário eletrista, ACTA
Ângelo Moreira Lourenço Rodrigues, operário da construção civil
Dionísio João da Silva Lopes, assalariado rural
Eduardo da Silva Pires, monitor, LISNAVE
João Pulido Valente, médico
José Manuel Andrade Luz, operário metalúrgico, LISNAVE
José Pisco, operário metalúrgico
Vladimir Marques Guinot, operário eletricista, GENERAL ELECTRIC
Secundino António Ribeiro, operário da construção civil, do PORTO

Em janeiro, a organização publicava um manifesto-programa em que afirmava: “a UDP não vem adormecer-vos com promessas eleitorais mas propor o seu programa de luta porque hoje, como ontem, como amanhã, é a luta de classes a única estrada que conduz os explorados e oprimidos à libertação".

Meses depois, a 9 de março de 1975, a UDP tinha o seu primeiro Congresso no Montijo.
Os 50 anos da fundação da UDP foram celebrados na semana passada num almoço na Cantina Velha da Universidade de Lisboa. A sessão "Trabalhadores de todos os países, uni-vos!” contou com as intervenções de Luís Filipe Pereira, Aliyha Bhikha, Alberto Matos, Almerinda Bento, Luís Fazenda e Mário Durval.