Lutas

Greve parcial na PSA Sines e LaborSines por melhores condições de trabalho

27 de maio 2025 - 11:13

Trabalhadores das duas empresas do Terminal XXI do Porto de Sines queixam-se de falta de diálogo por parte da concessionária e da empresa de trabalho temporário portuário. Primeiro dia de greve contou com adesão total.

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Terminal de contentores
Terminal de contentores de Sines. Foto PSA SInes

Começou esta segunda-feira e prolonga-se até ao dia 6 de junho uma greve às duas últimas horas de cada turno por parte dos trabalhadores das empresas PSA Sines e LaborSines, no Terminal XXI do Porto de Sines, no distrito de Setúbal. A PSA Sines é a concessionária do maior terminal de contentores de Portugal e o único com capacidade de acolher os maiores porta-contentores. Ali trabalham cerca de 1.400 pessoas, o que faz da empresa o maior empregador da região do Alentejo Litoral. A LaborSines é a empresa de trabalho temporário portuário responsável pela cedência de trabalhadores portuários naquele terminal.

“Esta greve foi decidida porque a administração da PSA Sines e da LaborSines têm sistematicamente ignorado as reivindicações e propostas dos trabalhadores”, que “estão a lutar por melhores condições de trabalho, respeito e diálogo”, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), Ricardo Raposo.

O sindicato diz que as várias tentativas de negociação não resultaram em avanços concretos no que diz respeito às suas principais exigências que têm a ver com “a alteração do horário” de trabalho e “a reposição do dia de aniversário”, referiu o sindicalista.

“Neste momento, estamos com um horário que é seis meses de inverno, seis meses de verão, sendo que, no verão, temos uma carga horária gigante que está a causar muito descontentamento, muito desgaste e a encurtar muito do tempo dos trabalhadores com a família”, prosseguiu Ricardo Raposo. O SIEAP defende “um horário igual durante o ano inteiro”, com “um dia de sobreposição em que estão dois turnos a trabalhar”, o que vai possibilitar “qualidade de vida”.

“Esperamos que a empresa possa vir a ter abertura para negociações, visto que não está a ser flexível, embora mencione que está aberta a negociações. Apesar [de o sindicato] já ter apresentado várias propostas, a resposta a todas elas sempre foi negativa e sem contraproposta”, lamentou o dirigente do SIEAP.

Em comunicado, a PSA Sines fez saber que nas cinco reuniões que já leva este processo negocial, foram fornecidas ao sindicato “atualizações atempadas, partilhados conhecimentos relevantes sobre o negócio, condições de mercado e cenário competitivo, de forma aberta e construtiva”. Citada pela Rádio Sines, a diretora de Recursos Humanos da empresa, Carla Niza, diz que “continuamos abertos e empenhados em prosseguir as negociações num espírito de colaboração” e que “o diálogo contínuo é essencial para o avanço dos nossos objetivos comuns”. Mas sem resultados visíveis desse diálogo para a melhoria das suas condições de trabalho, os trabalhadores prometem continuar a luta.

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