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Greve nos CTT: “É preciso resgatar esta empresa e travar os despedimentos”
Os deputados bloquistas José Soeiro e Heitor de Sousa estiveram junto do piquete de greve na estação de distribuição de correio de Cabo Ruivo, em Lisboa, no arranque da greve dos trabalhadores dos CTT que se prolonga até ao final da semana.
O plano de despedimentos que a administração da empresa anunciou esta semana, numa altura em que a greve já estava convocada, torna ainda mais urgente “resgatar esta empresa e travar estes despedimentos”, afirmou José Soeiro, solidarizando-se com a paralisação dos trabalhadores “para salvar os postos de trabalho e um serviço que é essencial para o país”.
“Quando era uma empresa pública, os CTT tinham um cumprimento elevado dos índices de qualidade de prestação de serviço e era uma empresa que dava lucro. Desde que foi privatizada, tem vindo a ser destruída e não cumpre os padrões mínimos do serviço que tem de prestar”, lembrou o deputado bloquista, reforçando que “esta situação confirma a urgência de resgatar a concessão e a empresa para o controlo público”.
Reagindo à proposta aprovada no parlamento por iniciativa do PS, no sentido de estudar soluções alternativas ao incumprimento da gestão privada, Soeiro defendeu que “se demorarmos muito a fazer comparações e estudos em relação a factos que estão à frente do nosso nariz, não teremos empresa para resgatar, porque o que a administração está a fazer é um processo de destruição da empresa que precisa de ser travado agora”.
80% de adesão no turno da noite
Vítor Narciso, do SNTCT, afirmou-se confiante de que esta “vai ser uma greve com uma grande adesão”, a partir do sinal dado pelos turnos da noite de Lisboa, Porto e Coimbra, que contam com 80% de adesão. “É muito bom, tendo em conta que houve trabalhadores destacados para fazer serviços mínimos”, afirmou o sindicalista.
O piquete de greve em Cabo Ruivo contou com a participação das duas centrais sindicais, CGTP e UGT, ali estiveram representadas pelos seus líderes Arménio Carlos e Carlos Silva, respetivamente.
“A privatização foi mal feita e é altura de corrigir, regressando a empresa ao setor empresarial do Estado”, defendeu Arménio Carlos, criticando também o anúncio do presidente dos CTT de que iria abdicar de 25% do seu salário. “Para quem ganha um milhão por ano, se abdicar de 25% ainda assim fica a ganhar 750 mil. E o que é que vai ser dos 800 trabalhadores que correm o risco de ir embora?”, questionou.
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