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Gregos em protesto contínuo contra novas medidas de austeridade
Os dois principais sindicatos gregos, a GSEE, que representa o sector privado, e a ADEDY, ligada à função pública, apelaram à realização da manifestação para “resistir à barbárie social”, após o anúncio de novos sacrifícios para a população como contrapartida para a Grécia receber a quinta tranche do empréstimo da União Europeia e do FMI. Milhares responderam ao apelo e desfilaram pela capital, Atenas.
Neste domingo, 10 mil manifestantes reúnem-se em frente ao Parlamento grego, num 12 º dia consecutivo de protesto, contestando as medidas de austeridade e exigindo o não pagamento da dívida que dizem ser ilegítima.
O primeiro-ministro grego, Yorgos Papandréu, reuniu-se na sexta-feira no Luxemburgo com o presidente do Eurogrupo, Jean-claude Juncker, para discutir o apoio financeiro da Europa à Grécia, tendo as reuniões sido concluídas de forma "positiva", abrindo a porta à libertação da quinta tranche do empréstimo acordado em 2010, no valor de 12 mil milhões de euros.
O novo pacote de “assistência” financeira à Grécia, foi confirmado pelo presidente do Eurogrupo esta sexta-feira. Por conhecer está o montante deste novo empréstimo.
Jean-Claude Juncker avançou aos jornalistas que os ministros das Finanças da zona euro “só aceitam que um financiamento suplementar seja acordado com a Grécia, com a garantia de condições limitadas”. Juncker limitou-se a referir que o empréstimo adicional vai implicar a participação do sector privado, sem, contudo, adiantar mais pormenores sobre o processo.
Neste quadro, disse, referindo-se ainda ao pacote financeiro suplementar, “é evidente que não haverá uma saída da Grécia da zona euro ou que [o país] entrará em incumprimento” da sua dívida.
Da intervenção de Juncker não ficou, no entanto, claro se o novo pacote implicará uma reestruturação da dívida do actual empréstimo, nomeadamente um prolongamento do prazo da ajuda ou uma renegociação das condições da sua concessão. Foi o próprio presidente do Eurogrupo, há semanas, a defender uma reestruturação “suave” da dívida helénica, como forma de responder à crise da dívida soberana do país.
Certo é que as contrapartidas para receber a “assistência” implicam um agravamento das condições de vida do povo grego.
O Governo grego concordou com novos cortes de 6400 milhões de euros para ajudar a reduzir o défice deste ano. Entre as exigências da troika internacional à Grécia encontra-se ainda um plano de privatizações (para angariar 50 mil milhões de euros) e um aumento de impostos.
O plano de privatizações prevê a concessão imediata de dez por cento da operadora de telecomunicações grega OTA à Deutsche Telekom e ainda a privatização dos portos de Atenas e de Salónica, e do Banco Postal. A operadora de jogos OPAP e o grupo de energia DEI-PPC (Electricidade da Grécia) estão também incluídos na lista de privatizações previstas até 2013.
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