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“Governo não pode dizer a pensionistas e trabalhadores que o seu destino é empobrecer”

Presente na manifestação da CGTP, Mariana Mortágua afirmou que a contestação nas ruas se deve ao facto de o governo, “perante o maior crescimento económico em trinta anos e receitas de impostos recorde”, apresentar ao país “um Orçamento que significa a perda de um mês de salário por ano”.
Foto de Tiago Ferreira.

Para a deputada do Bloco de Esquerda, a contestação nas ruas traduz o descontentamento perante a atuação do executivo socialista que vem dizer a pensionistas e trabalhadores que o seu destino é empobrecer.

Mariana Mortágua deixou fortes críticas a Fernando Medina. O ministro das Finanças decidiu “escolher este ano, de crescimento recorde, para retomar o discurso de inevitabilidades, tentando convencer o país, tentando convencer os trabalhadores, que vão ter de empobrecer para superar a crise”, assinalou a dirigente bloquista durante a Manifestação contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos, organizada pela CGTP.

“Sabemos que essa ideia é uma mentira. Era uma mentira na altura da troika e continua a sê-lo hoje. As pessoas têm o direito a reivindicar o seu salário, têm direito a um salário justo que lhes permita viver sem perder poder de compra a cada dia que passa”, acrescentou Mariana.

E é por isso que o Bloco está presente, e espera “que as mobilizações se multipliquem e sejam fortes, para mostrar ao governo que não pode dizer aos pensionistas e aos trabalhadores que o seu destino é empobrecer e que isso é uma inevitabilidade”.

Questionada sobre a falta de espaço de manobra na Assembleia da República para contrariar a proposta de empobrecimento do governo, Mariana Mortágua referiu que “o papel da maioria absoluta vê-se agora na arrogância com que o governo apresenta este Orçamento ao país dizendo que ele é a única possibilidade que existe”.

De acordo com a deputada do Bloco, “é possível dizer ao governo nas ruas” aquilo que a Assembleia da República não pode dizer “por força da maioria absoluta”, e que é que “o país não tem de empobrecer, que há alternativas, e a primeira alternativa é atualizar salários e pensões à inflação, respeitar a lei das pensões e ter uma política de crescimento do emprego, da economia, e que não empurre o país para baixo e para o empobrecimento”.

“Não se toca na dignidade do salário e da pensão”

“Um governo que quer negociar à esquerda não apresenta no Parlamento um Orçamento que corta salários e pensões. Não se toca na dignidade do salário e da pensão”, frisou Mariana.

A dirigente bloquista enfatizou que “o acordo que o governo fez com os patrões é uma borla fiscal inigualável, que não tem qualquer comparação em Portugal, e, ao mesmo tempo, um corte salarial, porque os salários não são atualizados à inflação e os trabalhadores já estão a perder um mês de salário”, pelo que é um Orçamento “obviamente inaceitável”.

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