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Falta de apoio à Cultura no Algarve é “incompreensível”, diz Catarina

No último concurso do Programa de Apoio Sustentado da Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura, A Companhia de Teatro do Algarve, ACTA, deixou de ter apoio. Luís Vicente, o seu diretor artístico, manifestou “perplexidade” e “indignação” à Lusa por se “mandar para o lixo 25 anos de trabalho de uma estrutura e mandar para o desemprego 12 pessoas”.
O responsável da ACTA sublinhou então que a sua companhia era a única com um autocarro que fazia teatro e percorria todo o distrito e que em causa fica também “o próprio funcionamento do Teatro Lethes”, onde a companhia está sediada e que também oferece aulas de dança e de expressão dramática.
Em causa com esta decisão ficou igualmente a coesão territorial porque o único projeto apoiado naqueles concursos quadrienais no Algarve na área do Teatro foi o de uma companhia de Lisboa, o Teatro do Eléctrico, que aí desenvolve algum trabalho.
Estas foram as razões que levaram Catarina Martins esta sexta-feira a visitar o Teatro Lethes em Faro. Sobre o tema, a coordenadora bloquista considera que “o acesso à Cultura é um acesso constitucional, toda a gente em todo o país tem direito ao acesso à Cultura, o que quer dizer que em todo o país tem de haver condições de se fazer Cultura e de se receber Cultura”. Assim sendo, “temos um problema claro”, porque “no Algarve, do ponto de vista estrutural, ou seja aqueles apoios a quatro anos, não foi apoiada nenhuma estrutura”, o que “é uma entorse absoluta das obrigações de financiamento à Cultura que existem no país para todo o território”.
Manifestando a solidariedade do Bloco para com a ACTA, considerou que o resultado do concurso foi “incompreensível” devido à “sua história, aos seus 25 anos de atividade no Algarve, à sua capacidade de ter serviço educativo todo o ano, de fazer espetáculos com os mais variados interlocutores”, com “uma programação que é de referência”.
À jornalista que questionou o que se deveria fazer, já que o ministro declarou que “não volta atrás”, Catarina Martins respondeu que “reconhecer os erros é um bom princípio” e que “a maioria absoluta tem uma dificuldade absoluta em reconhecer erros”. Assim, “uma forma de corrigir este erro era aumentar o financiamento para garantir que todas as estruturas que foram pontuadas pelos júris como devendo ter apoio tenham efetivamente o apoio”. Com isto, “resolvia-se o problema em todo o país”, concluiu.
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