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Falta de apoio à Cultura no Algarve é “incompreensível”, diz Catarina

Catarina Martins visitou o Teatro Lethes, onde há 12 empregos que ficam em causa depois de nenhuma companhia teatral do Algarve ter conseguido apoios estruturais no último concurso do Ministério da Cultura. Isto “é uma entorse absoluta das obrigações de financiamento à Cultura que existem no país para todo o território”, defende.
Teatro Lethes em Faro. Foto de João Pelica/Flickr.
Teatro Lethes em Faro. Foto de João Pelica/Flickr.

No último concurso do Programa de Apoio Sustentado da Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura, A Companhia de Teatro do Algarve, ACTA, deixou de ter apoio. Luís Vicente, o seu diretor artístico, manifestou “perplexidade” e “indignação” à Lusa por se “mandar para o lixo 25 anos de trabalho de uma estrutura e mandar para o desemprego 12 pessoas”.

O responsável da ACTA sublinhou então que a sua companhia era a única com um autocarro que fazia teatro e percorria todo o distrito e que em causa fica também “o próprio funcionamento do Teatro Lethes”, onde a companhia está sediada e que também oferece aulas de dança e de expressão dramática.

Em causa com esta decisão ficou igualmente a coesão territorial porque o único projeto apoiado naqueles concursos quadrienais no Algarve na área do Teatro foi o de uma companhia de Lisboa, o Teatro do Eléctrico, que aí desenvolve algum trabalho.

Estas foram as razões que levaram Catarina Martins esta sexta-feira a visitar o Teatro Lethes em Faro. Sobre o tema, a coordenadora bloquista considera que “o acesso à Cultura é um acesso constitucional, toda a gente em todo o país tem direito ao acesso à Cultura, o que quer dizer que em todo o país tem de haver condições de se fazer Cultura e de se receber Cultura”. Assim sendo, “temos um problema claro”, porque “no Algarve, do ponto de vista estrutural, ou seja aqueles apoios a quatro anos, não foi apoiada nenhuma estrutura”, o que “é uma entorse absoluta das obrigações de financiamento à Cultura que existem no país para todo o território”.

Manifestando a solidariedade do Bloco para com a ACTA, considerou que o resultado do concurso foi “incompreensível” devido à “sua história, aos seus 25 anos de atividade no Algarve, à sua capacidade de ter serviço educativo todo o ano, de fazer espetáculos com os mais variados interlocutores”, com “uma programação que é de referência”.

À jornalista que questionou o que se deveria fazer, já que o ministro declarou que “não volta atrás”, Catarina Martins respondeu que “reconhecer os erros é um bom princípio” e que “a maioria absoluta tem uma dificuldade absoluta em reconhecer erros”. Assim, “uma forma de corrigir este erro era aumentar o financiamento para garantir que todas as estruturas que foram pontuadas pelos júris como devendo ter apoio tenham efetivamente o apoio”. Com isto, “resolvia-se o problema em todo o país”, concluiu.

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