Eleições europeias

Extrema-direita europeia gasta rios de dinheiro em anúncios nas redes sociais

30 de maio 2024 - 12:36

A extrema-direita húngara e belga são “campeãs” nas despesas de anúncios no Google, Facebook e Instagram. O Vox também investiu num anúncio para tentar ligar imigração e criminalidade.

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Anúncio do Fidesz que é campeão no investimento nestas eleições
Anúncio do Fidesz que é campeão no investimento nestas eleições.

O partido de extrema-direita de Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria, gastou, entre 25 de abril e 24 de maio, 557.253 euros em anúncios apenas na Meta, a empresa dona do Facebook e do Instagram.

Num só anúncio, no Google Ads, o Fidesz gastou mais de 60 mil euros. Devido ao dinheiro nele investido, este teve, em onze dias, mais de 10 milhões de visualizações, o que supera a própria população do país a que se dirigia. A mensagem misturava as imagens de Péter Magyar, um dissidente do partido governamental, e de George Soros, o capitalista da finança que é o inimigo de estimação do regime e o alvo habitual de teorias de conspiração de extrema-direita, com as palavras “a guerra é terrível, a guerra traz a morte, destrói as nossas pátrias. A guerra causa inflação e destrói a economia”. Ou seja, insinuava-se que estes estão a promover uma guerra contra a Rússia.

Destaque ainda para os entre 50.000 e 60.000 euros investidos pelo Vlaams Belang, partido de extrema-direita belga flamenco, num anúncio do Google Ads para Tom Van Grieken vir prometer menos imigração e mais poder de compra. No total no período de tempo acima descrito, esta força política gastou 133.315 em anúncios na Meta. Num espaço de três meses antes das eleições europeias foram quase 300.000 euros.

Ainda no campo da extrema-direita e relativamente ao Google, há uma publicação patrocinada paga pelo espanhol Vox que alegava que 80% das detenções em Barcelona são de estrangeiros, procurando assim incentivar o medo e o ódio ao migrantes. Este teve mais de dez milhões de visualizações.

Os dados apresentados são de uma investigação da Euronews. Incidem apenas sobre os anúncios pagos nos próprios países, ficando de fora investimentos feitos fora deles, e pelos partidos em questão, não sendo assim analisados outros promotores da propaganda partidáris.

 Sobre os gastos no Google a reportagem diz ainda que também os liberais do Renew Europe, os social-democratas austríacos e o Volt alemão “estão a gastar muito”. Os liberais alemães do FDP surgem no que diz respeito à Meta em terceiro lugar, seguidos do partido da direita italiana fundado por Berlusconi Forza Italia.

Sobre Portugal, apenas se menciona os 900 euros pagos pelo Partido Popular Europeu, representado no país pela AD, coligação entre PSD e CDS. No total na Meta, no último mês, esta força gastou 1.326 euros.