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Eurest despede 200 trabalhadores no distrito do Porto

A empresa contratou, através de empresas de trabalho temporário, mais de 200 pessoas para as cantinas escolares. Esses “trabalhadores receberam a carta de despedimento na véspera do encerramento das escolas para férias de Natal”, denuncia o sindicato da hotelaria do norte.
Greve dos trabalhadores da Eurest em setembro de 2020 e protesto contra a precariedade à porta da Câmara Municipal do Porto – Foto de José Coelho/Lusa (arquivo)
Greve dos trabalhadores da Eurest em setembro de 2020 e protesto contra a precariedade à porta da Câmara Municipal do Porto – Foto de José Coelho/Lusa (arquivo)

Segundo a Lusa, o sindicato dos trabalhadores da indústria de hotelaria, turismo, restaurantes e similares do norte acusou a empresa Eurest, concessionária de cantinas e refeitórios, de despedir mais de 200 trabalhadores e trabalhadores nos municípios de Porto, Gondomar, Valongo e Trofa.

“Tal como o sindicato previa, os trabalhadores receberam a carta de despedimento na véspera do encerramento das escolas para férias de Natal”, referiu em comunicado a estrutura sindical, filiada na CGTP.

O comunicado assinala que sindicato e trabalhadores reclamaram dos contratos, por serem a termo incerto, mas a Eurest obrigou as pessoas a assinarem esses documentos, ameaçando não contratar quem recusasse a assiná-los. As pessoas acabaram por assinar os contratos “contra a sua vontade”.

“Estes contratos são ilegais pois, se o motivo que lhes deu origem é o contrato de prestação de serviços de refeições para o ano letivo, o contrato também deveria ser para todo o ano letivo e não a termo incerto ou para o 1.º período”, refere o sindicato, que solicitou a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), sem sucesso.

O sindicato da hotelaria do norte diz que a Eurest deve férias e subsídio de férias aos trabalhadores efetivos, que transitaram da anterior concessionária. E, deve compensação por caducidade aos trabalhadores a termo despedidos no final do ano letivo anterior.

O sindicato requereu reunião urgente ao Ministério do Trabalho com a Eurest. O encontro estava agendado para 22 de dezembro, mas a empresa recusou-se a reunir antes de janeiro de 2021.

No comunicado, o sindicato anuncia que convocou uma reunião destes trabalhadores para 21 de dezembro, para decidir medidas a tomar.

Em setembro passado, os trabalhadores da Eurest das cantinas escolares do Porto fizeram greve e denunciaram que a empresa os estava a empurrar para o trabalho temporário.

O grupo municipal do Porto do Bloco de Esquerda perguntou então à Câmara se estava disponível para dar instruções à concessionária “no sentido de que sejam obrigatoriamente mantidos todos os postos de trabalho e de que seja, de imediato, retomada a vigência dos contratos entretanto cessados, incluindo aqueles celebrados com as empresas intermediárias, sob pena de vir a rescindir o atual contrato de concessão”.

O Bloco denunciou que “os trabalhadores e as trabalhadoras das cantinas do Porto estão há anos (alguns há 7, 8, 10 anos) a trabalhar no mesmo local (uma escola), para a mesma empresa (a Eurest), embora através de uma empresa intermediária (no caso, a Multipessoal). Têm, em cada ano letivo, três contratos: um entre setembro e dezembro, outro entre janeiro e abril, outro entre maio e junho". Este esquema e a ação da Eurest leva à precarização extrema das relações laborais, mas só é possível pela inação dos executivos municipais face a tal situação.

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