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Estudo mostra como ondas de calor resultam do aquecimento induzido por ação humana

Os cientistas do World Weather Attribution mostram que as ondas de calor são agora mais intensas e duradouras e que isso se deve à crise climática provocada por ação humana. Para além de planos de mitigação para o calor intenso nas cidades, defendem que é preciso parar já de queimar combustíveis fósseis.
Onda de calor em Itália. Foto de CLAUDIO PERI/EPA/Lusa.
Onda de calor em Itália. Foto de CLAUDIO PERI/EPA/Lusa.

Um estudo de uma equipa de cientistas do World Weather Attribution reforça a ideia de que as ondas de calor que se vivem atualmente no hemisfério norte são causadas pelas alterações climáticas induzidas pelos seres humanos.

Estes especialistas ressalvam que o impacto das ondas de calor “raramente é conhecido até semanas ou meses depois” do evento ter ocorrido e que “muitos locais não têm um bom registo de mortes relacionadas com o calor”. Assim, o número de mortes associado às ondas de calor “é provável que esteja subestimado”.

O que é mais que certo é que “estes eventos já não são raros hoje em dia” e que a América do Norte, Europa e China “têm sentido ondas de calor cada vez mais frequentes nos últimos anos como resultado do aquecimento provocado por atividades humanas”.

Estima-se que estas possam acontecer uma vez em cada 15 anos nos EUA/México, uma vez em cada dez na Europa do Sul e uma em cada cinco anos na China. Ao passo que sem as mudanças climáticas induzidas pelos seres humanos, estas ondas de calor seriam “extremamente raras”: na China aconteceriam uma vez em cada 250 anos e no norte da América e na Europa, uma onda como esta que acontece em julho de 20223 “teria sido virtualmente impossível de ocorrer”. E em qualquer ponto uma onda de calor com as mesmas características destas “teria sido significativamente menos quente”. Os autores deste estudo afirmam que estas ondas de calor têm sido 2.5°C mais quentes na Europa, 2°C na América do Norte e 1°C na China.

Defende-se ainda que “a não ser que o mundo pare rapidamente de queimar combustíveis fósseis, estes eventos tornar-se-ão ainda mais comuns e o mundo sentirá ondas de calor que serão mais quentes e duradouras”. Uma onda de calor do tipo das mais recentes pode ocorrer a cada 2-5 anos num mundo que esteja 2°C mais quente relativamente ao período pré-industrial.

Salienta-se ainda que “as cidades que têm planeamento urbano para o calor extremo tendem a ser mais frescas e a reduzir o efeito de calor urbano” pelo que, como forma de mitigação dos efeitos que se fazem sentir, se pretende que sejam acelerados planos contra o calor.

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