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Estivadores criticam “imobilismo” do governo no conflito do porto de Lisboa

350 estivadores continuam em greve no porto de Lisboa e acusam o governo de não intervir face à “insolvência com origem em gestão danosa” da empresa de trabalho portuário.
Piquete de greve dos estivadores
Piquete de greve dos estivadores esta terça-feira no porto de Lisboa. Foto Rodrigo Antunes/Lusa

O piquete de greve no porto de Lisboa falou à comunicação social esta terça-feira, o segundo dia de paralisação total dos estivadores do porto de Lisboa, que deve prolongar-se até ao fim de março.

“A greve passou a ser total em todas as sete empresas de estiva de Lisboa e está a ser cumprida a 110% porque os trabalhadores de uma empresa alternativa que foi criada também aderiram à greve. O exército de reserva do grupo empresarial turco está todo connosco”, afirmou o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) à agência Lusa.

Face às declarações do governo, que diz continuar a acompanhar a situação no porto paralisado, António Mariano responde que “nós continuamos a acompanhar o imobilismo, que começa a ser um bocado cúmplice, do governo pela falta de intervenção numa situação destas: de uma insolvência com origem em gestão danosa que as empresas promoveram aqui no porto de Lisboa para despedirem metade dos estivadores”.

A insolvência da empresa que fornece mão-de-obra aos operadores portuários deixou os estivadores com salários em atraso, após estes terem recusado a proposta de corte salarial e continuarem a reclamar o cumprimento do acordo assinado em 2018.

Na segunda-feira o SEAL reuniu com o o chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas e ouviu a mesma resposta aos pedidos de intervenção. “Portanto, o Governo continua a acompanhar o caos que está criado nos portos. Esta situação não é só no porto de Lisboa porque pelos efeitos de dominó está comunicada a todos os portos nacionais e com os estivadores fora de Portugal a darem o seu apoio pode ter dimensões que ainda não estão a acontecer”, prosseguiu António Mariano.

O sindicato está disposto a negociar “para acertar tudo aquilo que nos divide”. E caso as negociações falhem, “estamos disponíveis para, em sede governamental, irmos para um processo de mediação. Já reafirmámos essa nossa posição de diálogo”, sublinhou o sindicalista.

A par da greve no porto de Lisboa, os estivadores de outros portos nacionais e europeus reafirmaram a solidariedade com esta luta, recusando-se a movimentar cargas dos navios desviados da capital portuguesa por causa da greve.

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