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Porto de Lisboa paralisado contra "despedimento coletivo encapotado"

Ao fim de 20 dias de greve parcial, os estivadores iniciaram esta segunda-feira uma paralisação total em resposta ao pedido de insolvência da empresa que cede a mão de obra para o trabalho portuário em Lisboa.
Porto de Lisboa
Porto de Lisboa. Foto Alexis Mialaret/Flickr

A greve no porto de Lisboa dura há 20 dias, mas só esta segunda-feira passou a abranger todo o horário de trabalho até ao próximo dia 30 de março. Segundo o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL), a adesão foi de 100% e o plenário realizado no primeiro dia da paralisação total serviu “para reafirmar as formas de luta em vigor, até que os patrões cumpram o que assinam e paguem o que devem”.

Com esta greve, a atividade portuária em Lisboa ficou totalmente interrompida. O protesto segue-se ao pedido de insolvência da Associação - Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (A-ETPL), a empresa que cede a mão de obra aos operadores portuários. Para além da recusa em cumprir o que foi acordado com os estivadores e de pretender impor cortes de 15% do salário, a empresa acumula salários em atraso, com os estivadores a receberem apenas 390 euros dos vencimentos relativos a 2020.

Para António Mariano, esta insolvência “é claramente um despedimento coletivo encapotado”. O líder do SEAL acusa os dirigentes da A-ETPL de gestão danosa “porque não há atualização de taxas há 26 anos e a solução é baixar os salários, quando temos um salário que não é atualizado há dez anos”.

Segundo a agência Lusa, a greve conta com a solidariedade dos estivadores espanhóis, que se recusam a operar os navios desviados de Lisboa. Um deles foi o navio português Raquel S, desviado para Las Palmas e que teve de seguir diretamente para o Norte de África.

Ao fim de três semanas com o porto de Lisboa praticamente parado, os estivadores continuam a apelar a uma intervenção do governo para dirimir este novo conflito provocado pelos operadores portuários. Esta terça-feira, o piquete de greve do SEAL encontra-se com a comunicação social para fazer o ponto da situação.

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