O Coletivo para a Libertação da Palestina convoca a realização de uma manifestação para esta segunda-feira às 18 horas no Largo de Camões, em Lisboa.
Sob o lema “A descolonização não é uma metáfora”, o manifesto da organização começa por contextualizar os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a ofensiva “liderada pelo Hamas, a que se juntaram outros coletivos em toda a Palestina” que é vista como “uma ação de resistência contra o projeto colonial sionista” e “uma resposta ao escalar de violência por parte do exército e de colonos israelitas, principalmente na Cisjordânia e em Jerusalém”.
Os organizadores da ação lembram que “o ano de 2023 é já o mais mortal para pessoas palestinianas desde 2005” e que, ainda antes dos acontecimentos do fim de semana, “mais de 200 tinham sido mortas”. Mais, “as últimas semanas têm também sido marcadas por um aumento do número de colonos que, em Jerusalém, têm forçado a entrada na praça onde se encontra a mesquita de Al-Aqsa, um dos mais importantes locais de culto do Islão”.
Este intensificar da repressão acontece “quando se cumprem quase 20 anos de bloqueio a Gaza por parte do Estado sionista (e também do Estado egípcio), que tornou esta região uma prisão a céu aberto, onde cerca de dois milhões de pessoas vivem na miséria, sem dinheiro, sem acesso constante a água potável ou eletricidade, sem a possibilidade de fugirem ou se refugiarem, e com a constante ameaça de bombardeamentos e massacres por parte do poder ocupante”. Ainda em maio “mais de 30 pessoas palestinianas foram mortas em mais um ataque israelita”.
À ação do Hamas está a responder o exército sionista com “mais uma campanha de punição coletiva, bombardeando algumas das zonas mais densamente povoadas da Faixa de Gaza” causando a morte de “centenas de pessoas”. Face a isto assiste-se “infelizmente” a uma “normalização desta dimensão de violência e devastação da resposta israelita — cujo poderio militar é inúmeras vezes superior ao palestiniano”. Esta passa por vários meios de comunicação social mas também por “representantes políticos como Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ou António Costa, primeiro-ministro de Portugal” que “mostram solidariedade com o apartheid”.
Com esta manifestação, pretende-se salientar que “todos os dias são mortas pessoas civis na Palestina pelo Estado de Israel e pelos seus colonos” e que “a violência a que agora assistimos é resultado direto da ocupação do povo palestiniano por parte de um projeto colonial e os seus 75 anos de limpeza étnica”.
Os organizadores do protesto sublinham que não têm “qualquer afinidade com o projeto político do Hamas” mas reconhecem “o desejo de libertação de todo um povo”. Assim, acreditam “no direito do povo palestiniano de resistir à ocupação colonial com qualquer meio à sua disposição (como, aliás, expressa a lei internacional)”, terminando o seu manifesto vincando que “a descolonização não é apenas uma metáfora, um enquadramento teórico. E é quando ela se torna real que temos de dizer: sim, defendemos a Palestina livre.”