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Esquerda colombiana obtém resultado histórico nas eleições

A Colômbia foi a votos para eleger deputados e senadores e também para escolher os candidatos que se irão apresentar às presidenciais de 29 de maio. Gustavo Petro e a coligação Pacto Histórico foram os vencedores de domingo.
Gustavo Petro no momento da votação. Foto publicada na sua página no Twitter.

O candidato da oposição de esquerda na Colômbia foi quem teve mais razões para festejar na noite eleitoral de domingo. Gustavo Petro foi o escolhido nas primárias da esquerda para a presidência colombiana, com 4,4 milhões de votos, a larga distância do candidato da direita - Federico Gutiérrez, alcalde de Medelín, com 2,1 milhões de votos -  e do centro - Sergio Fajardo, com 723 mil votos.

Nas eleições para o Senado e Câmara de Representantes, a coligação Pacto Histórico, que junta quase duas dezenas de partidos de esquerda e progressistas, conseguiu o melhor resultado de sempre, tornando-se na principal força do Senado, com 16 eleitos tal como os conservadores e mais um que os liberais, e 29 deputados na Câmara dos Representantes, tornando-se o segundo partido mais representado a seguir aos liberais, apesar de ter tido mais votos.

"O Pacto Histórico alcançou os melhores resultados para o progresso na história da República da Colômbia", disse Gustavo Petro na noite eleitoral, citado pela agência Lusa, afirmando a sua confiança em conseguir ser eleito presidente da Colômbia logo à primeira volta.

Gustavo Petro, economista de profissão,  foi alcalde de Bogotá entre 2012 e 2015 e ocupou mandatos na Câmara de Representantes e no Senado desde 1994. Adepto da teologia da libertação, integrou a guerrilha M19 em 1977 e foi preso entre 1985 e 1987, participando depois no processo de paz e da elaboração da nova Constituição do país em 1991. Esta é a terceira candidatura presidencial de Petro, que em 2010 ficou em quarto lugar com cerca de 10% dos votos e em 2018 perdeu na segunda volta para o atual presidente colombiano. O facto de nestas primárias ter obtido quase a soma dos votos dos dois principais adversários da direita e do centro é a principal razão da sua confiança num resultado diferente nas eleições deste ano.

O grande derrotado das eleições foi o Centro Democrático do ex-presidente Alvaro Uribe e do atual chefe de Estado Ivan Duque, que passou de primeira a quinta força no Senado e obteve o quarto lugar para a Câmara de Representantes. A direita apresentou-se fragmentada em seis partidos e continua a ter maioria no parlamento colombiano.

Quanto ao partido Comunes, que integra elementos da antiga guerrilha das FARC, obteve apenas cerca de 50 mil votos nas eleições, mas ao abrigo dos acordos de paz manterá até ao fim desta legislatura cinco assentos quer no Senado quer na Câmara de Representantes.

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