Escolha de Trump para Procurador-Geral era demasiado racista para ser juiz federal

18 de novembro 2016 - 15:44

Senador do Alabama que afirmou “KKK is ok” é o nome apontado por Trump para o cargo equivalente ao de ministro da Justiça, uma das várias nomeações polémicas feitas por Trump. Por seu lado, Melania retira licenciatura do CV.

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Donald Trump fotografado durante o encontro com Barack Obama na Casa Branca.
Donald Trump fotografado durante o encontro com Barack Obama na Casa Branca. Foto de Michael Reynolds/EPA/Lusa.

O senador do Alabama Jeff Sessions foi escolhido por Donald Trump para liderar o Departamento de Justiça norte-americano. A nomeação ainda terá de ser aprovada pelo Congresso, onde o Partido Republicano tem maioria, e poderá não ser pacífica pois Sessions, de 69 anos, é conhecido pelos comentários racistas que proferiu. Na década de 80, foi mesmo impedido de assumir o cargo de juiz federal, acusado de ser demasiado racista. 

A sua nomeação pelo Comité Judicial do Senado foi então bloqueada por alegações de que Sessions achava que um advogado branco a defender clientes negros era um “traidor para a sua raça”, que o único problema com o Ku Klux Klan era o facto de fumarem drogas leves (afirmou que “KKK is ok” [KKK é ok], dizendo depois que o tinha dito “antes de descobrir que eles fumavam erva”), chamou um advogado negro de “rapaz” (“boy”, designação racista com que brancos se referem a negros de todas as idades no Sul dos Estados Unidos) e disse-lhe que tivesse “cuidado com o que dizia a pessoas brancas”, referiu-se a um funcionário da administração local negro como “o preto”, e chamou grupos que exigem os direitos cívicos nos Estados Unidos como “organizações não-americanas a ensinar valores anti-americanos” e de “inspiração comunista”, acusando-os de tentar “forçar os direitos civis pelas goelas das pessoas”.

Sessions é ainda contra o casamento gay, contra a legalização do comércio e consumo de marijuana e critica a investigação com células estaminais. Sessions fez campanha por Trump desde que este anunciou a sua candidatura e é ex-membro do Comité de Assuntos Judiciais, entidade que supervisiona o Departamento de Justiça e o FBI.

Outras nomeações polémicas

Michael T. Flynn, general famoso pelas posições duras que mantém em relação ao islão, foi convidado para conselheiro nacional de defesa e terá aceite. Flynn foi diretor da Agência de Informação da Defesa (DIA) entre 2012 e 2014, cargo do qual foi afastado por Obama que acusou de ter falhado na luta contra "o terrorismo islâmico radical".

Outro convite que também terá sido aceite foi feito ao congressista do Kansas Michael Pompeo, do Tea Party, o movimento conservador dentro do Partido Republicano, para chefiar a CIA. Trump continua os contactos para formar governo e no sábado, segundo uma agenda divulgada pelo próprio, terá um encontro com Mitt Romney. Romney criticou Trump durante a campanha, mas é agora um dos nomes apontados para secretário de Estado.

Melania Trump retira licenciatura do CV

No site oficial sobre o novo presidente, o currículo de Melania Trump, a futura Primeira Dama dos Estados Unidos, foi atualizado e já não refere que Melania tem uma licenciatura em Arquietura pela Universidade de Liubliana. Agora, passou a ler-se que Melania "ia tirar um curso em Liubliana mas fez uma pausa nos estudos para perseguir uma carreira na moda em Milão e em Paris”. As dúvidas sobre as sua habilitações surgiram durante a campanha eleitoral e nesse momento, o seu site foi desativado. Melania será a primeira primeira-dama desde Barbara Bush a não ter completado um grau académico.