Segundo a agência Lusa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou que existe uma “situação caótica” no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
“No decurso do mês de Junho, resultado da grave carência de enfermeiros, existirão alguns meios que estarão inoperacionais, nomeadamente as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) que funcionam em Moura e Elvas", diz o sindicato em comunicado, acrescentando que: “Dos cinco enfermeiros que deveriam constituir as equipas das SIV de Moura, Odemira, Elvas e Estremoz, actualmente apenas existem dois em Moura e Odemira e três em Elvas e Estremoz, o que fará com que, este mês, alguns dos meios estejam inoperacionais”.
O SEP acusa também a “gestão incompetente do conselho diretivo do INEM que insiste não só em não admitir novos enfermeiros para os meios mas também em não solucionar a efectivação de recursos humanos”, fazendo com que “a carência de enfermeiros nas SIV atinja níveis inadmissíveis e que colocarão em causa a emergência pré-hospitalar”.
No Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa existe também uma grave carência de enfermeiros, que segundo o SEP vinha sendo “colmatada com recurso a prestação de serviços a recibo verde”, o que se alterou “uma vez que estes enfermeiros subcontratados, por não receberem desde o início do ano de 2010, se recusam a continuar a exercer funções”.
De acordo com o sindicato dos enfermeiros “o CODU de Lisboa funcionará sem enfermeiros das 0h às 08h dos dias 12, 13, 15, 18 e 25 de Junho; das 08h às 16h dos dias 18 e 20 de Junho; e das 16h às 0h dos dias 9, 12 e 17 de Junho".
Entretanto, o SEP anunciou que os enfermeiros podem entrar em greve na próxima terça feira, 15 de Junho de 2010. Inicialmente os enfermeiros tinham uma greve convocada para 9, 11, 14 e 15 de Junho, em defesa das suas reivindicações em relação a grelhas salariais, transições e ratios para a categoria de enfermeiro principal. Porém, a 7 de Junho o Governo, através dos ministérios da Saúde e das Finanças apresentou um projecto de diploma que os enfermeiros consideram absurdo. Perante essa situação e a “tentativa de imposição do encerramento do processo negocial”, a CNESE (Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros que engloba o SEP e o SERAM – Sindicato de Enfermagem da Região Autónoma da Madeira) decidiu suspender a greve nos três primeiros dias da convocatória, apresentar uma contraproposta e concretizar uma reunião negocial a 14 de Junho, “exigindo a presença da Ministra da Saúde”. E anunciam que a greve se mantém entre 15 e 18 de Junho, assim como a manifestação a 18 de Junho.
Leia anteriores no esquerda.net:
“Orçamento para a saúde vai diminuir”