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Enfermeiros contratados em outsourcing para vacinação fizeram greve

Os enfermeiros contratados para os centros de vacinação em Lisboa e Vale do Tejo, contratados através da Precise, uma empresa de trabalho temporário, só receberam o salário de setembro depois de faltarem ao trabalho.
Os sindicatos dos enfermeiros convocaram um protesto para esta tarde na Assembleia da República. Foto de Tiago Petinga, Lusa [arquivo].
Os sindicatos dos enfermeiros convocaram um protesto para esta tarde na Assembleia da República. Foto de Tiago Petinga, Lusa [arquivo].

Vários enfermeiros que prestam serviços nos centros de vacinação em Lisboa e Vale do Tejo através da empresa de trabalho temporário Precise faltaram durante toda a semana passada devido a atrasos no pagamento do salário de setembro.

Normalmente, os salários são pagos a 15 de setembro. Desta vez, a empresa processou os pagamentos apenas depois dos trabalhadores faltarem ao trabalho. A administração justifica dizendo que a situação se deveu a “constrangimentos internos e pontuais”.

Estes enfermeiros foram subcontratados para os centros de vacinação de Lisboa e Vale do Tejo, onde se faz a inoculação das vacinas da covid e da gripe.

Perante a falta de enfermeiros, os agrupamentos dos centros de saúde alocaram profissionais dos centros de saúde para colmatar a ausência e alertaram que não iam mais contar com os enfermeiros faltosos, não sendo claro se iriam simplesmente ser dispensados ou alocados a novas funções.

Enfermeiros em protesto na Assembleia da República

Os enfermeiros concentram-se esta quinta-feira pelas 15h em frente à Assembleia da República, num protesto que reúne todos os sindicatos do setor.

Lúcia Leite, presidente da ASPE - Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, lamenta que o Ministério da Saúde continue a ignorar os problemas destes profissionais.

"Continuamos sem resposta do Ministério, ou seja, recebemos uma resposta, mas fomos remetidos para depois da discussão do Orçamento do Estado, o que nós achamos que é um desrespeito para com os enfermeiros, porque os problemas dos enfermeiros não podem ser mais uma vez adiados seja por que motivo for", afirma Lúcia Leite em entrevista à TSF.

A responsável explica que os enfermeiros vão ainda entregar no Parlamento uma petição a pedir um tratamento de igualdade com os enfermeiros da ilha da Madeira.

"Os enfermeiros da Madeira já viram produzida legislação da sua Assembleia Regional para corrigir o descongelamento, com a contagem de todos os pontos e viram ser-lhes atribuído quatro pontos, portanto, uma avaliação de desempenho relevante pelo esforço e empenho no controle e combate à pandemia. Neste momento, estamos a pedir que todos os enfermeiros do país tenham exatamente os mesmos direitos", conclui.

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