EDP com lucros a disparar para 952 milhões de euros

01 de março 2024 - 10:57

A empresa anunciou que no ano passado os lucros aumentaram 40% e vai distribuir aos acionistas cerca de 600 milhões em dividendos. Lobo Xavier é o nome escolhido em Pequim para substituir João Talone à frente do Conselho Geral e de Supervisão.

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Miguel Stilwell d'Andrade
Miguel Stilwell d'Andrade, CEO da EDP e financiador da IL. Foto Web Summit/Flickr

A EDP anunciou os resultados financeiros de 2023, que se traduzem num aumento dos ganhos em 40% face ao ano anterior, com um resultado líquido de 952 milhões de euros. Segundo o Expresso, se for descontado o efeito de fatores extraordinários, o lucro teria sido de 1.290 milhões.

Entre os fatores determinantes para a subida nos lucros está o negócio da gestão da energia na Península Ibérica, “impulsionado pela normalização da produção hídrica e dos custos de abastecimento de eletricidade e gás face a 2022, com impacto positivo na recuperação da margem integrada no mercado ibérico”.

Se 2022 foi um ano marcado pela seca, 2023 permitiu recuperar a produção hídrica em Portugal e Espanha, uma das principais fontes de produção de eletricidade da EDP.

A empresa anunciou que irá distribuir aos acionistas 63% dos seus lucros, num valor de cerca de 600 milhões de euros que se traduz em 19,5 cêntimos por ação. No ano passado, os acionistas - dos quais se destaca a China Three Gorges (detida a 100% pelo Estado chinês) com 20,86% do capital da EDP - receberam dividendos superiores aos lucros que a empresa apresentou.

No final de janeiro, centenas de trabalhadores concentraram-se à porta da sede da empresa em Lisboa para reclamar aumento de salários e o fim da estagnação das carreiras. Mas apesar de os lucros não pararem de aumentar, a administração da empresa liderada por Miguel Stilwell d'Andrade - que assumiu ter financiado com milhares de euros a IL nas últimas legislativas - mantém a intransigência e não cede às reivindicações dos seus trabalhadores de aumentos salariais mínimos de 170 euros para cada trabalhador.

O Expresso adianta ainda que o advogado, conselheiro de Estado e comentador televisivo António Lobo Xavier foi o nome escolhido pelos maiores acionistas para presidir ao Conselho Geral e de Supervisão da EDP, agora ocupado por João Talone. A mudança irá ocorrer a 10 de abril na assembleia geral de acionistas. O antigo deputado do CDS já terá renunciado às suas funções na sociedade de advogados Morais Leitão, onde é sócio desde 2006.