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EasyJet: 100% de adesão no terceiro dia de greve

O terceiro de cinco dias de greve na companhia aérea EasyJet conta com 100% de adesão, estando apenas a realizar-se os serviços mínimos, afirmou à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) Ricardo Penarroias ao início da manhã desta terça-feira.
"Os cancelamentos são inegáveis: oito voos em Faro, 40 em Lisboa e 30 no Porto. É inegável e não compreendemos porque é que se a empresa entende que a adesão será grande não avança para uma proposta concreta. A proposta dos trabalhadores é fundamentada, é baseada na atual operação e importância da easyJet em Portugal", acrescentou o presidente do SNPVAC. Face ao grande impacto previsto desta greve, a companhia cancelou antecipadamente mais de 80% dos voos planeados.
Em Faro, dezenas de tripulantes concentraram-se à entrada do aeroporto Gago Coutinho, empunhando cartazes onde se liam mensagens como "bónus milionários, salários precários", "não somos menos que os outros!", "tripulantes de segunda? basta!" ou "saldos de verão na EasyJet: até 82% de desconto no trabalhador português".
Os tripulantes queixam-se que, ao contrário de outros países "onde a empresa apresenta nível de rentabilidade inferior ao verificado em Portugal, os colegas obtiveram aumentos significativos", enquanto em Portugal mantém o impasse na resolução dos diferendos laborais, com propostas de aumentos que ficam "muito aquém do limiar do aceitável para garantir trabalho digno aos tripulantes de cabine".
Quanto às negociações, "continuamos num impasse", diz Ricardo Penarroias, criticando a administração da empresa por ter "uma postura que nós não entendemos muito bem: confrontados com o pré-aviso de greve, a empresa decidiu que não quer sentar-se à mesa connosco". O SNPVAC diz que a EasyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas "trabalhadores menores", perpetuando a sua "precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países".
Os números da adesão à greve também são um ponto de discórdia entre sindicato e administração, com o primeiro a apontar para 100% de adesão nos dois primeiros dias e a empresa a falar de adesões entre os 55% e os 70%. Depois desta terça-feira, a paralisação vai prosseguir na quinta-feira e no sábado.
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